Invasão russa da Ucrânia ‘pode acontecer a qualquer momento’, afirma Pentágono

'Ainda acreditamos que há espaço para a diplomacia, e gostaríamos que essa fosse a solução aqui'

31/01/2022 13:55 Atualizado: 31/01/2022 13:55

Por Jack Phillips 

O principal porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA alertou no domingo que a Rússia pode invadir a Ucrânia “a qualquer momento” e afirmou que há várias maneiras de fazê-lo à disposição do presidente russo, Vladimir Putin.

“Putin tem muitas opções disponíveis para ele se quiser invadir ainda mais a Ucrânia, e ele pode executar algumas dessas opções em breve”, afirmou o secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, em entrevista à “Fox News Sunday”.

Funcionários do alto escalão do Departamento de Defesa compartilham uma visão sombria do futuro imediato, acrescentou, apontando para as tropas russas acumuladas ao longo da fronteira Ucrânia-Rússia, bem como o número de tropas na Bielorrússia, também localizada ao lado da Ucrânia. Ele também citou navios russos posicionados no Mar Mediterrâneo e no Oceano Atlântico.

“Não precisa haver conflito. Ainda acreditamos que há espaço para a diplomacia, e gostaríamos que essa fosse a solução aqui”, afirmou Kirby.

Vários dias atrás, autoridades ucranianas, incluindo o presidente Volodymyr Zelensky, alegaram que o governo Biden, outros líderes estrangeiros e a mídia estão exagerando a gravidade da situação imediata.

“Isso significa pânico no mercado, pânico no setor financeiro”, declarou Zelensky a repórteres na semana passada.

Autoridades russas frequentemente negam planos de invadir a Ucrânia, uma ex-república soviética. Moscou buscou uma promessa dos Estados Unidos e da OTAN de que a organização de segurança não permitirá a entrada da Ucrânia.

Em 2014, a Rússia invadiu e tomou o poder na Península da Crimeia e também começou a armar grupos rebeldes na região de Donbass, na Ucrânia, iniciando um conflito de baixa intensidade que deixou mais de 14.000 mortos.

Civis participam de uma sessão de treinamento da unidade de Defesa Territorial de Kiev, em Kiev, na Ucrânia, no dia 29 de janeiro de 2022 (Chris McGrath/Getty Images)
Civis participam de uma sessão de treinamento da unidade de Defesa Territorial de Kiev, em Kiev, na Ucrânia, no dia 29 de janeiro de 2022 (Chris McGrath/Getty Images)

Altos funcionários dos EUA lançaram sanções contra altos funcionários russos e seu setor de energia, incluindo a interrupção da conclusão do gasoduto Nord Stream 2. Mas Kirby, na entrevista de domingo, explicou que o governo ainda não vai impor sanções porque “uma das coisas sobre as sanções é que uma vez que você tropeça nisso, o efeito dissuasor é perdido”.

Ao mesmo tempo, acrescentou, os Estados Unidos estão buscando “sanções e consequências econômicas que não analisamos antes ou até mesmo consideramos em 2014”.

Autoridades do Pentágono também estão procurando outros meios para prejudicar o Kremlin – não apenas a guerra econômica, relatou ele.

“Uma das últimas coisas que eles querem é uma OTAN forte e reforçada em seu flanco ocidental e se ele fizer outra invasão dentro da Ucrânia, é exatamente isso que eles vão conseguir”, afirmou Kirby. “Vocês verão os Estados Unidos e nossos aliados da OTAN reforçarem nossas capacidades no flanco leste da aliança.”

Enquanto isso, no domingo, vários senadores republicanos e democratas indicaram que estão perto de chegar a um acordo sobre uma legislação que sancione a Rússia por seu recente acúmulo militar.

“Eu descreveria como se estivéssemos na linha de uma jarda”, afirmou o senador Bob Menendez (Democrata de Nova Jersey), chefe do Comitê de Relações Exteriores do Senado, ao programa “State of the Union” da CNN.

Há um forte apoio bipartidário para apoiar a Ucrânia e punir a Rússia se ela invadir, declarou o senador antes de acrescentar que acredita que um acordo será alcançado esta semana.

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