Inteligência de Israel prova que acordo com Irã foi baseado em mentiras, diz secretário de Estado dos EUA

02/05/2018 11:10 Atualizado: 11/05/2018 15:34

Por Ivan Pentchoukov, Epoch Times

O tesouro de documentos iranianos obtidos pela inteligência israelense prova que o Irã mentiu ao mundo sobre seu programa nuclear, de acordo com uma declaração do secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo.

“Os documentos obtidos por Israel de dentro do Irã mostram, sem sombra de dúvida, que o regime iraniano não estava dizendo a verdade”, disse Pompeo. “Os documentos mostram que o Irã tem um programa secreto de armas nucleares por anos.”

Numa aparição na televisão na segunda-feira, 1º de maio, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu apresentou o que ele afirmou serem documentos iranianos obtidos numa ousada operação de inteligência israelense que supostamente prova que o Irã estava desenvolvendo armas nucleares antes do acordo de 2015 assinado com os Estados Unidos e as potências mundiais.

Netanyahu informou o presidente norte-americano Donald Trump sobre as evidências de um programa secreto de armas nucleares iranianas em março, disse uma importante autoridade israelense.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu fala durante uma conferência de imprensa no Ministério da Defesa em Tel Aviv, Israel (Reuters/Amir Cohen)
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu fala durante uma conferência de imprensa no Ministério da Defesa em Tel Aviv, Israel (Reuters/Amir Cohen)

Trump concordou que Israel publicasse as informações antes de 12 de maio, data em que ele deve decidir se os Estados Unidos devem deixar o acordo nuclear com o Irã, disse a autoridade israelense.

“À medida que se aproxima o prazo de 12 de maio do presidente para ratificar o acordo com o Irã, estarei consultando nossos aliados europeus e outras nações sobre o melhor caminho a seguir à luz do que sabemos sobre a busca passada do Irã por armas nucleares e seu engano sistemático do mundo”, disse Pompeo.

Teerã, que nega a busca de armas nucleares, descartou Netanyahu como “o garoto que chorou lobo”, e chamou sua apresentação de propaganda.

Tzachi Hanegbi, o ministro israelense do desenvolvimento regional e confidente de Netanyahu, disse que a apresentação deveria fornecer a Trump as bases para suspender o acordo.

“Em 12 dias, um enorme drama será revelado. O presidente americano provavelmente sairá do acordo”, disse Hanegbi em entrevista à Rádio do Exército de Israel.

“O que o primeiro-ministro fez na noite passada foi dar munição a Trump contra a ingenuidade europeia e a falta de vontade em relação ao Irã.”

Sob o acordo nuclear firmado pelo Irã e seis grandes potências – Grã-Bretanha, China, França, Alemanha, Rússia e Estados Unidos – Teerã concordou em limitar seu programa nuclear em troca do alívio das sanções econômicas dos EUA e de outros.

Trump deu à Grã-Bretanha, França e Alemanha o prazo final de 12 de maio para consertar as falhas do acordo – o fracasso em abordar o programa de mísseis balísticos do Irã, os termos pelos quais os inspetores visitam locais iranianos suspeitos e cláusulas temporárias cujos termos eventualmente expiram – ou ele irá reimpor as sanções dos EUA.

Uma importante autoridade israelense disse que Israel sabia sobre o arquivo iraniano por um ano, obteve-o por meio de uma operação de inteligência em fevereiro e informou Trump a respeito numa reunião em Washington em 5 de março.

Colaborou: Reuters