Durante a 64ª Cúpula de Líderes do Mercosul, realizada entre domingo e segunda(7 e 8) em Assunção, Paraguai, os presidentes de alguns Estados-membros emitiram um comunicado conjunto condenando a suposta tentativa de golpe militar na Bolívia. A cúpula marcou a oficialização da entrada da Bolívia no bloco.
Os líderes do Mercosul destacaram a importância de fortalecer as instituições democráticas e condenaram qualquer tentativa de desestabilização. No comunicado conjunto, os presidentes reafirmaram seu firme compromisso com os objetivos e princípios dos tratados fundacionais do Mercosul, enfatizando a plena vigência do estado de direito e a proteção dos direitos humanos.
A cúpula, que contou com a participação dos presidentes Santiago Peña (Paraguai), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Luis Lacalle Pou (Uruguai), e Luis Arce (Bolívia), além da ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, reafirmou o compromisso do Mercosul com a democracia e a estabilidade institucional na região.
“Reiteramos que toda tentativa de afetar instituições democráticas ou afetar a ordem constitucional na Bolívia deve ser condenada. O estado de direito e o apego às instituições democráticas devem ser sempre apoiados”, se lê no comunicado.
Recentemente, a Bolívia enfrentou uma crise política com alegações de uma tentativa de golpe militar. O governo boliviano afirmou que a tentativa foi organizada por setores descontentes com a administração de Luis Arce. As tensões aumentaram quando o líder da revolta declarou que o golpe havia sido combinado com o presidente boliviano.
Javier Milei, conhecido por suas críticas contundentes aos governos de esquerda na América Latina, acusou o governo boliviano de encenar uma “falsa denúncia” de golpe para consolidar o poder. Milei afirmou que a suposta tentativa de golpe era uma “fraude” e chamou a situação de “golpe falso”.
Suas declarações foram recebidas com forte rejeição pelo governo boliviano, que chamou seu embaixador na Argentina para consultas, caracterizando as palavras de Milei como desinformadas e temerárias.
Evo Morales, ex-presidente da Bolívia e aliado próximo do atual governo, também se manifestou, sugerindo que Luis Arce havia orquestrado um “autogolpe”. Morales alegou que Arce estava manipulando a situação para aumentar sua popularidade, acusando-o de enganar o povo boliviano.