A instituição religiosa egípcia Al Azhar, principal referência no mundo islâmico sunita, condenou neste domingo (28) “as cenas de desrespeito a Cristo” durante a abertura dos Jogos Olímpicos na sexta-feira em Paris, que considerou uma forma de “promover a homossexualidade e a transexualidade”.
“Desrespeitar Jesus Cristo ou qualquer um de seus companheiros profetas é um ato de extremismo e barbárie imprudente”, afirmou Al Azhar em comunicado, no qual advertiu sobre “o perigo de explorar os acontecimentos mundiais para normalizar o desrespeito à religião e promover a homossexualidade e a transexualidade”.
A organização condenou tais cenas que “retratam Jesus Cristo em uma imagem ofensiva” que “irrita os crentes nas religiões e trai a moral”, e rejeitou “qualquer tentativa de desrespeitar qualquer um dos profetas de Deus”.
“Os profetas, os mensageiros, são os melhores da criação de Deus, que os escolheu para levar a mensagem de bondade aos mundos”, disse Al Azhar, além de destacar que quase dois bilhões de muçulmanos acreditam que Jesus é o Mensageiro de Deus, já que o Islã sunita considera Jesus Cristo um de seus profetas.
Para os muçulmanos sunitas desrespeitar Jesus ou qualquer outro profeta é um pecado e uma vergonha.
Al Azhar também alertou sobre “o perigo de explorar ocasiões globais para normalizar o abuso da religião” e “promover doenças sociais destrutivas e vergonhosas, como a homossexualidade e a transexualidade”.
De acordo com a nota, essa representação de Jesus Cristo busca “impor um estilo de vida animal que contradiz a natureza humana saudável e, assim, normalizá-lo à força nas sociedades por todos os meios e métodos possíveis e impossíveis”.
Na sexta-feira, na abertura dos Jogos Olímpicos, a Última Ceia de Jesus Cristo foi reencenada com os apóstolos, nesse caso substituídos por drag queens, uma modelo trans e o cantor quase nu Philippe Katerine, com alguns atributos de Dionísio, o deus grego do vinho e das festas.
Na França, a Igreja Católica e, sobretudo, algumas figuras de direita criticaram várias sequências da cerimônia, que, pelo contrário, foi recebida com entusiasmo pela esquerda e por membros do governo de Emmanuel Macron.