A taxa anual de inflação da moeda na zona do euro atingiu uma nova máxima de 7,5 por cento no mês passado, acelerando significativamente a taxa de inflação e superando as previsões dos economistas, já que as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia fizeram com que os preços subissem em toda a Europa.
Na sexta-feira, o Eurostat divulgou as suas estatísticas de inflação (pdf) para o mês de março, indicando que os preços nos 19 países que constituem a zona do euro cresceram um novo recorde de 7,5 por cento no ano passado, significativamente superior à taxa de fevereiro de 5,9 por cento. Os resultados de março superaram as projeções do Banco Central Europeu, que previa uma taxa de inflação anual de 6,6%.
A inflação foi especialmente aguda nos países bálticos e na Holanda, que registraram inflação de dois dígitos durante esse período, com a Lituânia sofrendo a taxa mais alta de inflação, com 15,6%. A inflação foi mais baixa na República de Malta, que registrou um aumento mensal de 4,6% nos preços – mais que o dobro da taxa de 2% anunciada pelo Banco Central Europeu para garantir a estabilidade dos preços.
Como nos Estados Unidos, a inflação foi liderada por custos de energia drasticamente mais altos, que subiram 44,7% na zona do euro ao longo do último mês. Este aumento vertiginoso é em grande parte atribuível à invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções subsequentes que foram impostas contra a primeira, causando uma escassez de combustível na região: a União Europeia importa mais de 40 por cento de seu gás da Rússia, e mesmo com o gás, até agora, isento da maioria das sanções, a guerra ocasionou uma volatilidade de preços significativa.
Essa tendência pode continuar piorando, já que Putin exigiu que todos os pagamentos das exportações de gás russo sejam feitos em rublos. O ministro da energia alemão, Robert Habeck, afirmou que as nações do G7 estavam em consenso de que nenhum pagamento em moeda russa seria aceitável, e as consequências desse ultimato poderiam exacerbar ainda mais a inflação dos preços dos combustíveis nos próximos meses.
O centro da inflação, que remove os custos de combustível e alimentos para as tendências de preços de médio prazo em mercados menos voláteis, foi medido em 3,2 por cento, acima dos 2,8 por cento em fevereiro.
O Banco Central Europeu enfrentará um equilíbrio delicado ao tentar conter a inflação. Ao contrário dos Estados Unidos, onde altas taxas de inflação são combinadas com desemprego relativamente baixo, o desemprego em toda a UE permaneceu alto durante o período da pandemia do vírus do PCCh (Partido Comunista Chinês). Se os banqueiros europeus precisarem aumentar as taxas para desacelerar a inflação, provavelmente o farão de má vontade e estariam arriscando danos à economia da região.
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