Índice de corrupção em 2017 tinge de vermelho América Latina

Região do mundo com melhor desempenho foi Europa Ocidental

27/02/2018 14:04 Atualizado: 05/03/2018 11:13

Por Anastasia Gubin, Epoch Times

O Índice de Corrupção 2017 que abrange 180 países do mundo foi publicado esta semana com a triste imagem de um mundo tingido de vermelho e roxo. América Latina não se salva.

Mesmo a maioria dos oito países menos corruptos do planeta liderados pela Nova Zelândia, Dinamarca e Finlândia, caíram ligeiramente de posição.

Com base em uma escala de 100 pontos que vai da Transparência à Corrupção, apenas 23 países de 180 possuem 30% ou menos de corrupção entre os quais o Canadá, os Estados Unidos e o Uruguai, que já estão no limite.

Outros 23 países têm entre 31 e 46% de corrupção, incluindo Chile, Costa Rica e Espanha.

O mundo tinge-se de vermelho com 20 países que estão em perigo (entre 45 e 55% da corrupção) e outros 126 estão com números em declínio.

A América Latina tem seis países entre os mais corruptos do mundo: Venezuela, Nicarágua, México, República Dominicana, Honduras e Paraguai, que ficam atrás apenas da Coreia do Norte, com índice entre 71 e 82% de corrupção.

Bandeira da Venezuela, com a modificação estatal (Wikimedia Commons)
Bandeira da Venezuela, com a modificação estatal (Wikimedia Commons)

América Latina

No 23º lugar do ranking mundial, com 70 pontos, o Uruguai está posicionado como o país da América Latina menos corrupto e o primeiro na América do Sul. A preocupação é que, desde 2012, o país caiu dois pontos.

No 26º lugar, com 67 pontos, o Chile está posicionado como o segundo país latinoamericano menos corrupto e o segundo na América do Sul, no entanto, mostra um grande declínio desde o ano de 2012, caindo nada menos que cinco pontos.

Em 38º lugar com 59 pontos, a Costa Rica é o terceiro entre os países da América Latina e da América do Sul. Está entre os países que mais se superaram. Em 2012 tinha apenas 54 pontos.

Espanha, no 42º lugar, mostra uma queda de 57 pontos já que em 2012 ocupava a posição número 65. É o quarto país de língua espanhola menos corrupto e o número 22 na Europa, atrás apenas da Itália (50 pontos). No entanto, seu declínio é alarmante.

Nos outros países latino-americanos, a corrupção ultrapassa a transparência:

Cuba, com 47 pontos, ocupa a posição de número 62.

Argentina, com 39 pontos, está classificada em 85°, no entanto, o país melhorou três pontos em relação a 2016.

Brasil, Colômbia, Panamá e Peru, com 37 pontos, ocupam o 96º lugar. Todos eles caíram, exceto a Colômbia, que subiu um ponto.

Bolívia e El Salvador, com 33 pontos, estão classificados em 112°.

República Dominicana, Honduras, México e Paraguai, com 29 pontos, ocupam a posição 135 junto com a Rússia.

Pais dos 43 estudantes desaparecidos no México, supostamente assassinados pela polícia e por traficantes de drogas (Yuri Cortez/AFP/Getty Images)
Pais dos 43 estudantes desaparecidos no México, supostamente assassinados pela polícia e por traficantes de drogas (Yuri Cortez/AFP/Getty Images)

Nicarágua, com 26 pontos, país liderado pelo revolucionário sandinista Daniel Ortega, ocupa a posição 151, caindo no ranking.

Daniel Ortega (esq.) com Muammar Khadafi e Fidel Castro (Cuban Exile Quarter)
Daniel Ortega (esq.) com Muammar Khadafi e Fidel Castro (Cuban Exile Quarter)

Venezuela, com 18 pontos, é classificada como 169, caindo uma posição desde 2012. O país, chefiado pelo comunista Nicolás Maduro, vive um regime ditatorial, já que não observa as normas constitucionais.

Ex-promotora venezuelana Luisa Ortega denunciou e pediu um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional contra líderes de seu país: Nicolás Maduro; Vladimir Padrino López, Ministro da Defesa; Néstor Reverol, Ministro do Interior e Justiça; Gustavo González López, diretor da Sebin, e Antonio Benavides, chefe do governo no Distrito da Capital (Captura de tela)
Ex-promotora venezuelana Luisa Ortega denunciou e pediu um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional contra líderes de seu país: Nicolás Maduro; Vladimir Padrino López, Ministro da Defesa; Néstor Reverol, Ministro do Interior e Justiça; Gustavo González López, diretor da Sebin, e Antonio Benavides, chefe do governo no Distrito da Capital (Captura de tela)

Abaixo da Nicarágua e da Venezuela estão apenas as duas Guinés, Coreia do Norte, Líbia, Sudão, Iêmen, Afeganistão, Síria, Sudão do Sul e Somália.

“Toda semana, pelo menos um jornalista é assassinado em um país altamente corrupto”, afirma a pesquisa.

Nos últimos seis anos, 9 em cada 10 jornalistas foram assassinados em países que obtiveram 45 ou menos no índice, destacou o Comitê para a Proteção de Jornalistas, de acordo com o relatório.

Mãe chora durante protesto na Cidade do México em 10 de maio de 2013. Um grupo de mães e parentes de crianças desapareidas devido à guerra contra as drogas no país exigem que o governo investigue os crimes (Ronaldo Schemidt/AFP/Getty Images)
Mãe chora durante protesto na Cidade do México em 10 de maio de 2013. Um grupo de mães e parentes de crianças desaparecidas devido à guerra contra as drogas no país exigem que o governo investigue os crimes (Ronaldo Schemidt/AFP/Getty Images)

“Uma análise mais detalhada dos resultados indica que países com menos proteção para a imprensa e as organizações não governamentais (ONGs) também tendem a ter os piores índices de corrupção”.

Transparência versus Corrupção na América do Norte

O Canadá é o melhor país da América do Norte. Ele permaneceu com o mesmo índice de 2016, com 82 pontos de um total de 100, em oitavo lugar juntamente com Luxemburgo que subiu um ponto, e com a Holanda que caiu uma posição.

Em segundo lugar está os Estados Unidos, com 75 pontos na 16ª posição, bem como a Áustria e a Bélgica, melhorando ligeiramente em relação a 2016.

Regiões

A região com melhor desempenho é a Europa Ocidental, com uma pontuação média de 66. As regiões com o pior desempenho são a África Subsaariana, com uma pontuação média de 32, e a Europa Oriental e Ásia Central, com uma média de 34.

Desde 2012, vários países do mundo melhoraram significativamente seu índice, incluindo a Costa do Marfim, o Senegal e o Reino Unido, enquanto vários países diminuíram significativamente, dentre eles a Síria, o Iêmen e a Austrália.