Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
A Índia precisará de investimentos que variam entre US$ 7,2 trilhões e US$ 12,1 trilhões até 2050 para alcançar suas metas de emissões líquidas zero, segundo um instituto de pesquisa.
O país sul-asiático se comprometeu a reduzir suas emissões de carbono em mais de 45% até 2030 e a atingir a neutralidade de emissões até 2070.
No entanto, de acordo com o Instituto de Economia Energética e Análise Financeira (IEEFA), a adição de capacidade de energia renovável na Índia caiu 20,3%, de 16 gigawatts (GW) em 2022 para 13GW em 2023.
Isso ocorre apesar de o país precisar que sua capacidade de geração de energia aumente para 900GW, em comparação com os 445GW atuais, para atender à demanda energética projetada para o ano fiscal de 2031-32, que pode ser revisada devido às anomalias recentes nas temperaturas.
Nos 12 meses até junho deste ano, a Índia viu um aumento significativo na demanda de energia, atribuído ao seu rigoroso verão com uma onda de calor prolongada, com a temperatura em Nova Délhi atingindo 52 graus Celsius, a mais alta em 60 anos.
Embora a Índia tenha conseguido adicionar cerca de 16,4GW nos primeiros sete meses deste ano e provavelmente acrescente outros 25GW, isso ainda fica aquém da necessidade atual de 45GW por ano.
“O financiamento público pode desempenhar um grande papel em ajudar a Índia a atingir sua meta de zero emissões”, disse Vibhuti Garg, Diretora para o Sul da Ásia no IEEFA. “No entanto, a maioria dos bancos públicos já ultrapassou seu limite de empréstimos ao setor de energia e está limitada em termos de financiamento de plantas de energia renovável”.
“Embora a energia renovável esteja incluída nos empréstimos prioritários, o limite para esse setor precisa ser ampliado”, acrescentou Garg.
Ela destacou que fundos filantrópicos também estão sendo investidos em projetos-piloto para aumentar sua viabilidade comercial e torná-los escaláveis.
O governo indiano também incluiu em seu orçamento medidas para acelerar a transição para energia limpa.
Essas medidas incluem a redução de impostos de importação sobre painéis e células solares, a introdução de um esquema de garantia de crédito para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), além do desenvolvimento de uma taxonomia para melhorar a disponibilidade de “financiamento climático”.
O governo também pretende garantir minerais críticos tanto internamente quanto no exterior para facilitar a transição.
BAD apoiará títulos verdes na Índia
No início deste mês, o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) anunciou que investirá US$ 25 milhões na emissão de títulos climáticos certificados pela Vivriti Capital Limited. Os recursos arrecadados serão destinados ao financiamento de empresas envolvidas com veículos elétricos, energia solar e eólica, além da gestão de resíduos.
“Os títulos climáticos podem preencher a grande lacuna no mercado de financiamento climático na Índia, ao mesmo tempo em que apoiam o desenvolvimento do mercado de capitais”, disse Suzanne Gaboury, Diretora Geral de Operações do Setor Privado no BAD.
“Essa parceria com a Vivriti Capital Limited permite que o BAD apoie projetos de energia renovável escaláveis e comercialmente viáveis, além de promover a descarbonização do transporte rodoviário, que é responsável por até 30% da poluição do ar nas áreas urbanas da Índia”.