A retirada das tropas indianas e chinesas da chamada linha de controle real – a fronteira entre os dois países – será concluída na próxima semana em dois pontos no oeste do Himalaia ocidental, segundo informaram nesta sexta-feira (25) os meios de comunicação indianos, o que supostamente dará fim à escalada que começou há quatro anos, após um confronto mortal entre os dois Exércitos.
“A retirada (das tropas) nos dois pontos de atrito de Demchok e Depsang – ambos no Himalaia – deverá ser concluída em 28 e 29 de outubro”, disseram fontes do Exército indiano à agência “PTI”, acrescentando que o patrulhamento começará a partir de então.
As mesmas fontes destacaram que a desescalada, anunciada esta semana pelo ministro das Relações Exteriores indiano, Subrahmanyam Jaishankar, implicará a retirada das estruturas temporárias que foram erguidas pelos Exércitos nas atuais posições ocupadas por ambos os lados.
O porta-voz da chancelaria chinesa, Lin Jian, tinha declarado hoje mais cedo em coletiva de imprensa que os “trabalhos pertinentes”, realizados pelas tropas de ambas as partes na linha da frente, estavam progredindo “sem problemas”, mas não deu mais detalhes neste sentido.
A escalada da tensão na região remonta a meados de 2020, quando um envio de tropas chinesas perto da fronteira levou a uma resposta da Índia e degenerou em um confronto fronteiriço no Himalaia ocidental, o pior entre os duas potências asiáticas em quase meio século, que deixou pelo menos 20 soldados indianos mortos e 76 feridos.
Desde então, com uma grande mobilização de tropas, a situação manteve-se tensa, apesar das inúmeras rodadas de negociações nas esferas diplomática e militar para reduzir os atritos e diminuir o número de soldados na região.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o ditador chinês, Xi Jinping, realizaram uma reunião bilateral na última quarta-feira – a primeira em cinco anos – durante a cúpula dos BRICS, na qual confirmaram ter chegado a um acordo para uma desescalada militar nas áreas fronteiriças disputadas.
Nova Delhi e Pequim têm uma disputa histórica por algumas regiões do Himalaia, como Aksai Chin, administrada pela China e reivindicada pela Índia; e em vários locais do estado indiano de Arunachal Pradesh, onde a situação se inverte.