Índia afirma que doença misteriosa foi causada por intoxicação aguda

09/12/2020 17:24 Atualizado: 09/12/2020 17:24

Por Agência EFE

As autoridades da Índia afirmaram nesta quarta-feira(09) que a “doença misteriosa” detectada na semana passada, que afetou quase 600 pessoas na cidade de Eluru, no sul do país, foi causada por intoxicação aguda após encontrar vestígios de chumbo em amostras de pacientes.

“Foi uma intoxicação aguda, um caso típico de neurotoxina”, disse à Agência Efe, Himanshu Shukla, vice-chefe da administração distrital de Godavari, à qual pertence a cidade onde os casos foram relatados.

Os pacientes chegavam aos centros médicos com sintomas como tonturas intensas, desmaios, dores de cabeça e vômitos.

Após analisar amostras de sangue e urina, bem como os alimentos consumidos por pessoas internadas em hospitais nos últimos cinco dias, as autoridades determinaram duas possíveis fontes de intoxicação: “ou o chumbo que foi observado no sangue, ou o pesticida na água”, disse ele.

A presença de um composto organoclorado, como o encontrado nas amostras, “pode causar esse tipo de dano”, explicou.

As análises preliminares indicam que “pode ser chumbo ou organoclorado, ou ambos”, acrescentou.

O organoclorado é um poderoso composto químico encontrado em muitos pesticidas usados na agricultura e em produtos anti-mosquitos.

Até o momento, 582 pessoas com sintomas, a maioria entre 13 e 35 anos, foram a hospitais para atendimento médico, segundo o último balanço oficial das autoridades.

A maioria dos pacientes já recebeu alta e apenas 59 permanecem hospitalizados, disse Shukla.

Tratou-se de “uma epidemia de origem pontual, ou seja, não estava em todo o lado. Veio de algum lugar”, frisou o responsável, lembrando que o número de casos foi drasticamente reduzido nos últimos dias.

Embora tudo aponte para um caso de intoxicação, as autoridades ainda estão trabalhando para determinar a origem, então amostras de vegetais, leite, peixes, água ou qualquer outra possível fonte de intoxicação foram retiradas e estão sendo analisadas no Centro de Ecotoxicologia Clínica do hospital AIIMS, em Nova Délhi.

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