Incêndio criminoso é registrado após militarização de área mapuche no Chile

Sebastián Piñera decretou Estado de Exceção em várias províncias da região do Biobío La Araucanía

16/10/2021 20:42 Atualizado: 18/10/2021 04:31

Por Agência EFE

Pelo menos quatro máquinas agrícolas e seis veículos industriais foram incendiados na quinta-feira no sul do Chile pelo grupo ativista mapuche Coordinadora Arauco Malleco (CAM), em resposta à militarização da zona em conflito com indígenas mapuches decretada pelo governo.

Os fatos ocorreram em uma fazenda no município de Traiguén, na região de La Araucanía (centro-sul), onde entraram seis encapuzados portando armas de fogo e, após intimidar os trabalhadores, queimaram quatro máquinas agrícolas, três caminhões e três vans, detalhou a força policial de Carabineros.

Na saída, os sujeitos dispararam vários tiros contra as pessoas, ressalta a mesma fonte, que está sendo investigado pela Polícia de Investigação (PDI).

O atentado foi denunciado pelo Órgão de Resistência Territorial (ORT) Pelontraro, da Coordinadora Arauco Malleco (CAM), por meio de nota divulgada pela mídia local.

Este grupo, um dos mais antigos movimentos ativistas mapuche no sul do país e que tem reclamado muitos ataques, argumentou que o ataque faz parte de um processo de “defesa” contra a “ofensiva” do governo chileno.

“A ORT Pelontraro do CAM responde à ofensiva do Governo de Sebastián Piñera, que enviou militares a Wallmapu (território Mapuche) para atacar o movimento autônomo mapuche, isto em defesa dos interesses do grande capital, silvicultores e colonos”, sinaliza o comunicado.

“Responderemos desta forma com a convicção de reconstruir e defender o nosso ‘lof e itrofilmongen’”, que na língua mapuzungún significa “biodiversidade” ou “todas as vidas diversas”, prossegue o texto.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, decretou na terça-feira o Estado de Exceção em várias províncias da região do Biobío La Araucanía, para que as Forças Armadas possam prestar apoio logístico, tecnológico, de comunicações, vigilância e patrulhamento à área.

O presidente explicou que o objetivo da medida é enfrentar o “terrorismo, o narcotráfico e o crime organizado” em uma área que viveu recentemente uma onda de violência com frequentes incêndios, bloqueios de estradas e tiroteios com mortes.

Muitos desses episódios fazem parte do chamado “conflito Mapuche”, que enfrenta o Estado chileno e o principal grupo indígena do país, que reivindica as terras que habitaram durante séculos e que hoje pertencem, em grande parte, a grandes empresas agrícolas e florestais.

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