Ian Wilmut, cientista que clonou a ovelha Dolly, morre aos 79 anos

Por Agência de Notícias
12/09/2023 03:33 Atualizado: 12/09/2023 03:33

O cientista britânico Ian Wilmut, o “pai” da ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado a partir de células adultas, morreu aos 79 anos, anunciou nesta segunda-feira o Instituto Roslin de Edimburgo.

O biólogo e sua equipe desenvolveram a técnica pioneira que levou ao nascimento da famosa ovelha em 5 de julho de 1996 e revolucionou o campo da clonagem genética.

“O trabalho de Wilmut teve um alcance global”, disse Bruce Whitelaw, diretor da instituição escocesa onde a descoberta foi feita, que enfatizou que seu legado continua a inspirar inúmeras descobertas em “pesquisas de biologia humana e animal”.

O cientista se aposentou do mundo acadêmico em 2012 e, seis anos depois, tornou público que sofria do mal de Parkinson.

“Ele foi um titã, cujo trabalho transformou o pensamento científico de sua época”, declarou Peter Mathieson, diretor e vice-chanceler da Universidade de Edimburgo.

“O impacto de seu trabalho perdurará por gerações. Ele era um cientista, mentor e amigo extremamente respeitado”, acrescentou.

A famosa Dolly – cujo nome é uma homenagem à cantora americana Dolly Parton – foi criada a partir de uma célula da glândula mamária de uma ovelha da raça Dorset Finn, e sua existência foi mantida em segredo até o início de 1997.

Até então, a comunidade científica acreditava que as células adultas especializadas só continham informações para realizar sua função específica e era considerado impossível que elas dessem origem a um animal completo.

No entanto, a equipe de Wilmut conseguiu iniciar uma nova vida a partir de uma dessas células adultas e de um óvulo que eles cultivaram em um tubo de ensaio por seis dias, antes de transferi-los para uma mãe de aluguel.

Para chegar a esse resultado, Wilmut liderou uma grande equipe de cientistas de diversas áreas, incluindo embriologia, cirurgiões, veterinários e especialistas em criação de animais.

Dolly teve várias crias entre 1998 e 2000 e desfrutou de uma “qualidade de vida normal” – de acordo com a descrição do Instituto Roslin – até fevereiro de 2003, quando foram descobertos vários tumores em seus pulmões e foi decidida a eutanásia para poupar o sofrimento do animal.

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