Human Rights Watch cobra investigação independente sobre explosão em Beirute

06/08/2020 16:25 Atualizado: 06/08/2020 16:25

Por EFE

Cairo, 6 ago – A ONG Human Rights Watch (HRW) cobrou nesta quinta-feira a abertura uma investigação desvinculada das autoridades locais, sobre a explosão ocorrida no porto de Beirute, dois dias atrás, que matou 137 pessoas e feriu 5 mil.

“Dados os repetidos fracassos das autoridades libanesas para investigar erros graves do governo e a falta de confiança da população nas instituições do governo, deveria ser garantida uma investigação independente, com especialistas internacionais”, aponta a organização, em comunicado.

“O nível de devastação em Beirute é incompreensível e as autoridades responsáveis deveriam responder”, afirmou a investigadora para o Líbano da HRW, Aya Majzoub.

Na terça-feira, a explosão de cerca de 3 mil toneladas de nitrato de amônio, armazenadas há anos no porto de Beirute, segundo o governo, provocou uma tragédia.

Uma onda expansiva provocou mortes, deixou milhares de feridos, ainda afetou edifícios e casas localizadas a vários quilômetros do ponto da explosão, causando danos que podem chegar a até US$ 5 bilhões (R$ 26,3 bilhões), segundo autoridades locais.

A Human Rights Watch afirma que a investigação independente deveria determinar as causas e as responsabilidades pelo incidente e recomendar medidas para garantir que situações semelhantes não voltem a acontecer.

De acordo com a ONG, os especialistas internacionais e o financiamento internacional “são essenciais” para garantir que a investigação não sobre ingerência política e as que as vítimas recebam o apoio que precisam.

A HRW, inclusive, que a decisão do governo libanês de colocar em prisão domiciliar os responsáveis pelo armazenamento de 2.750 toneladas de nitrato de amônio no porto de Beirute, não deixa claro as acusações ou se haverá um processo justo para os investigados.

Por outro lado, a organização cobra que as autoridades garantam a todos que foram afetados uma habitação adequada, alimentação, água e atendimento médico, com uma distribuição “justa e imparcial” de ajuda humanitária.

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