Por Agência EFE
O fabricante chinês de equipamentos de telecomunicações Huawei anunciou nesta quinta-feira (7) que entrou com uma ação contra o governo dos Estados Unidos pela proibição de seus produtos no mercado norte-americano em meio a acusações de espionagem contra a empresa.
“Esta proibição não é apenas ilegal, mas também restringe a Huawei para participar de concorrência leal e, em última instância, prejudica os consumidores norte-americanos”, afirmou o presidente rotativo da Huawei, Guo Ping, também denunciando que seus servidores foram “hackeados”, além do “roubo” dos e-mails por parte das autoridades norte-americanas.
Em entrevista coletiva realizada na cidade de Shenzhen, sede da companhia, Guo disse que o processo foi aberto em um tribunal do Texas para impugnar a Lei de Autorização de Defesa Nacional que proíbe as agências governamentais de adquirir produtos da Huawei.
“O Congresso dos Estados Unidos fracassou repetidamente em apresentar provas para apoiar suas restrições aos produtos da Huawei, e somos obrigados a tomar essa ação legal apropriada e como último recurso”, acrescentou.
Assim, ele insistiu que a decisão do governo de Donald Trump é “inconstitucional” e interfere no mercado.
“Se esta lei for anulada, como deveria ser, a Huawei poderia fornecer mais avanços tecnológicos para os Estados Unidos e ajudar a construir as melhores redes 5G”, afirmou.
A decisão da empresa chinesa acontece após receber 13 acusações do governo norte-americano, entre elas de espionagem industrial e fraude bancária, e aparecer na lista negra em vários países pela suposta falta de segurança de seus equipamentos de rede.
A diplomacia norte-americana está pressionando os países aliados e seus provedores de internet e serviços sem fio para evitar a Huawei, maior fabricante de equipamentos de telecomunicações e o segundo de smartphones do mundo, argumentando que Pequim poderia forçá-lo a espionar ou desativar suas redes.
As acusações sobre a segurança da tecnologia 5G desenvolvida pela Huawei sempre foram rechaçadas pela companhia, que insiste que não tem “portas dos fundos” para acessar qualquer dispositivo e controlá-lo sem o conhecimento do usuário.