HRW pede que China assuma responsabilidade por massacre na Praça da Paz Celestial

Por Agência de Notícias
01/06/2023 18:07 Atualizado: 01/06/2023 18:07

A organização de defesa de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou, nesta quinta-feira, os “esforços crescentes” das autoridades chinesas para apagar a memória do massacre na Praça da Paz Celestial, ocorrido em Pequim em 4 de junho de 1989.

Em um comunicado, a HRW enfatiza que o regime chinês deve assumir a responsabilidade pelo assassinato de manifestantes em favor da democracia e indenizar as famílias das vítimas.

“O governo chinês continua se esquivando da responsabilidade pelo massacre de Tiananmen, que ocorreu há décadas, encorajando-o a continuar com a detenção arbitrária de milhões de pessoas, sua dura censura e vigilância e seus esforços para minar os direitos a nível internacional”, assegurou o investigador da HRW na China, Yaqiu Wang.

Segundo o ativista, há pessoas dentro e fora da China que colocam em risco sua segurança e liberdade ao se expressar em público e reivindicar seus direitos.

A ONG afirma que, como aconteceu em outros anos, às vésperas do aniversário do massacre, as autoridades estão tomando medidas para evitar a celebração de eventos e restringiram a circulação e as comunicações de ativistas conhecidas como as Mães de Tiananmen (familiares das vítimas).

Igualmente, a organização denunciou a detenção de um ativista em Huan (Gansu) e que a polícia advertiu outro para não participar em qualquer ato comemorativo, na província de Shandong.

No comunicado, Wang insistiu que “não importa o quanto o governo do presidente Xi Jinping tente, não conseguirá apagar a memória de Tiananmen da memória dos chineses”.

A HRW também apela ao regime para que respeite a liberdade de expressão, associação e reunião pacífica, e que acabe com o assédio e às detenções arbitrárias de pessoas que contradizem os números oficiais de vítimas do massacre.

Além disso, pede desculpas das autoridades à organização Mães de Tiananmen e indenização aos familiares das vítimas, o retorno dos exilados por sua ligação com os protestos de 1989, bem como uma investigação independente e a responsabilização dos responsáveis pelo massacre.

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