O homem mais rico da Arábia Saudita foi posto na prisão na semana passada depois de passar mais de dois meses retido no Ritz Carlton Hotel em Riade, informou o website de notícias Al-Araby Al-Jadeed, com sede em Londres.
O príncipe saudita Alwaleed bin Talal esteve detido no hotel junto com outros 200 príncipes e funcionários de alto escalão do reino desde novembro. O grupo foi preso como parte de uma campanha de combate à corrupção em grande escala autorizada pelo rei saudita e liderada pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.
O número de funcionários e príncipes no Ritz diminuiu ao longo de dois meses, uma vez que os detidos cederam às exigências de bin Salman para pagamentos de restituição ou outras formas de capitulação. Diferentemente dos outros, Alwaleed teria resistido e se recusou a pagar ao governo US$ 6 bilhões.
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Durante seu interrogatório, Alwaleed pode ter sido pendurado de cabeça para baixo e espancado, informou o Daily Mail.
Bin Salman chegou ao poder depois que o rei Salman fez o movimento incomum de mudar a ordem de sucessão. Desde então, bin Salman tem liderado as reformas rápidas e abrangentes na Arábia Saudita, fortalecendo os laços com os Estados Unidos e Israel e reforçando as defesas militares contra o Irã.
No outono de 2017, bin Salman purgou o país dos clérigos antissemitas e antiamericanos. Alwaleed foi preso junto com outros 200 príncipes e clérigos pouco depois.
O pai de Alwaleed, Talal, era um comunista associado a pelo menos uma tentativa de golpe contra o rei saudita.
Laços com Obama
Alwaleed detém grandes participações em várias empresas dos EUA, incluindo o Twitter, e tem vínculos com o ex-presidente estadunidense Barack Obama.
Durante uma entrevista de 2008 para o NY1, o ex-presidente do município de Manhattan em Nova York, o pró-comunista Percy Sutton, disse que havia sido apresentado ao jovem Barack Obama quando o futuro presidente dos Estados Unidos estava se candidatando à Faculdade de Direito de Harvard no final da década de 1980.
Sutton disse que foi apresentado a Obama “por um amigo que estava arrecadando dinheiro para ele”, e identificou esse amigo como o Dr. Khalid al-Mansour, o qual ele descreveu como “um conselheiro principal de um dos homens mais ricos do mundo”. Al-Mansour pediu a Sutton que escrevesse uma carta a seus amigos em Harvard para apoiar a entrada de Obama, disse ele.
Al-Mansour posteriormente negou essa afirmação quando contatado por Ben Smith, um blogueiro da mídia Politico.
O indivíduo que Sutton descreveu como “um dos homens mais ricos do mundo” era Alwaleed, e seu conselheiro principal al-Mansour estava ajudando a financiar a educação de indivíduos seletos que eles acreditavam que poderiam se tornar trunfos no futuro.
De acordo com Trevor Loudon, autor de “The Enemies Within“, a escolha do conselheiro principal de Alwaleed foi significante. Al-Mansour, anteriormente conhecido como Donald Warden, foi um mentor de Huey Newton, o fundador do Partido dos Panteras Negras, que defendia a guerrilha maoísta.
A campanha de Obama inicialmente negou a lembrança de Sutton, mas os meios de comunicação encontraram uma coluna de 1979 de um colunista de Chicago Tribune, Vernon Jarrett, intitulada “Will Arabs Back Ties to Blacks With Cash“, que detalha a agenda de al-Mansour.
A coluna de Jarrett detalhou como al-Mansour estava trabalhando num programa para garantir US$ 20 milhões por ano, por 10 anos, para financiar estudantes minoritários.
Alwaleed também estava financiando programas de estudo islâmicos com vínculos com a Irmandade Muçulmana e organizações terroristas em universidades de todo o mundo.
Em dezembro de 2005, Alwaleed deu US$ 20 milhões ao Centro para Compreensão Islâmico-Cristã da Universidade de Georgetown. O movimento foi considerado especialmente controverso por causa do diretor do centro, John Esposito, que a revista FrontPage descreveu em 2008 como “conhecido por sua apologética vigorosa em favor do extremismo islâmico”.
Ao mesmo tempo, Alwaleed deu mais US$ 20 milhões para financiar um programa similar na Universidade de Harvard. Suzanne Gershowitz, do American Enterprise Institute, escreveu na National Review que o programa tende a “amplificar a retórica antiamericana, legitimar as teorias da conspiração e, em nome do relativismo cultural, encobrir a opressão que existe no mundo árabe”.
Colaborou: repórter Joshua Philipp do Epoch Times