A ex-secretária de Estado e candidata presidencial democrata Hillary Clinton está sendo investigada em três inquéritos separados pelo governo federal dos Estados Unidos e pode ser parte de um quarto, de acordo com fontes oficiais e reportagens da mídia.
1. Fundação Clinton
O Departamento de Justiça lançou uma nova investigação para determinar se a Fundação Clinton recolheu doações que seriam resultado de pagamentos para promoção de políticas específicas e outras atividades ilegais, enquanto Clinton atuou como secretária de Estado, informou The Hill na quinta-feira, citando funcionários da lei anônimos.
Os agentes do Departamento Federal de Investigação (FBI) no Arkansas, onde a Fundação Clinton foi fundada, lideram a investigação e já entrevistaram pelo menos uma testemunha, com mais trabalho esperado nas próximas semanas.
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Os investigadores procuram evidências que Bill e Hillary Clinton realizaram favores políticos em troca de doações para a fundação. Os agentes também estão investigando se os doadores da Fundação Clinton contribuíram com o dinheiro com a expectativa de ações do governo pelos Clinton.
Uma série de reportagens investigativas e um livro foram publicados ao longo de vários anos detalhando como doações multimilionárias foram feitas à Fundação Clinton ao mesmo tempo em que decisões favoráveis aos doadores foram tomadas pelo Departamento de Estado sob Clinton.
2. Uso de um servidor privado de e-mail
O presidente estadunidense Donald Trump continua a criticar Hillary Clinton pelo uso de um servidor privado de e-mail para realizar negócios governamentais sensíveis durante seu tempo como chefe do Departamento de Estado.
A investigação da questão parece ter concluído pouco antes das eleições presidenciais em 2016, quando o diretor do FBI, James Comey, exonerou Clinton de qualquer irregularidade.
Mas descobertas posteriores fizeram com que o Departamento de Justiça considerasse “se alguma questão dessa sondagem deveria ser reaberta”, afirmou The Hill na quinta-feira.
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A carta original de Comey exonerando Clinton foi editada por Peter Sztrok, um advogado anti-Trump do FBI, e outros subordinados para remover várias menções de “negligência grosseira”, um termo legal que envolveria uma violação criminal, e substituí-las por manuseio “extremamente descuidado” de informações confidenciais. A carta, bem como as revisões, foram divulgadas em 14 de dezembro.
Os funcionários que falaram com o repórter do The Hill, John Solomon, advertiram que o inquérito “não está na fase de uma investigação completa”.
3. Minério de urânio
O procurador-geral Jeff Sessions instruiu os promotores do Departamento de Justiça a questionarem os agentes do FBI sobre as provas que encontraram durante uma investigação agora inativa sobre o controverso acordo de urânio envolvendo Bill e Hillary Clinton, os quais entregaram instalações de mineração de urânio nos EUA a uma empresa estatal russa, informou a NBC em dezembro.
Milhões de dólares convergiram para a Fundação Clinton de pessoas que se beneficiaram com a aprovação do acordo pelo Departamento de Estado sob Hillary Clinton, enquanto Bill Clinton recebeu uma taxa de palestrante de US$ 500 mil de um banco russo vinculado à transação, informou o New York Times.
Um informante do FBI apresentou evidências de atividade ilegal por parte dos russos tentando encurralar o mercado de urânio nos EUA um ano antes do acordo de venda da empresa Uranium One, aprovado em 2010, de acordo com The Hill. Mas a acusação baseada nessa evidência não começou até 2013, anos após o acordo ter sido aprovado pela gestão Obama.
4. Terminação do Projeto Cassandra pela gestão Obama
Hillary Clinton também pode ser envolvida numa investigação sobre a terminação pela gestão Obama do Projeto Cassandra, uma enorme investigação sobre o grupo terrorista Hezbollah, que é apoiado pelo Irã e traficou centenas de milhões de dólares em cocaína para os Estados Unidos para financiar suas atividades.
As circunstâncias em torno da terminação da investigação foram detalhadas numa reportagem bombástica da mídia Politico publicada em dezembro. Segundo o Politico, a decisão da gestão Obama de sabotar o Projeto Cassandra permitiu que o Hezbollah operasse “o maior esquema de apoio material para operações de terrorismo que o mundo já havia visto”.
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Hillary Clinton pode estar novamente na mira dos investigadores, pois era chefe do Departamento de Estado no momento em que a gestão Obama trabalhou para suprimir a investigação.
“Complicando ainda mais o quadro esta o papel do Departamento de Estado, que frequentemente quis suprimir as ações de aplicação da lei e operações secretas devido à reação política que elas criavam”, afirmou o Politico.