Hamilton desabafa sobre racismo: “Tenho sentido tanta raiva”

02/06/2020 18:51 Atualizado: 02/06/2020 18:51

Por EFE

Redação Central, 2 jun – O britânico Lewis Hamilton, seis vezes campeão mundial de Fórmula 1, postou nesta terça-feira um desabafo nas redes sociais, em nova manifestação sobre a morte de George Floyd, em Minneapolis, nos Estados Unidos.

“Esta última semana tem sido tão sombria. Eu falhei em manter as minhas emoções. Tenho sentido tanta raiva, tristeza e descrença no que meus olhos viram. Estou completamente tomado de raiva ao ver um desrespeito tão flagrante pela vida do nosso povo”, escreveu o piloto, originalmente, no Instagram.

“A injustiça que estamos vendo nossos irmãos e irmãs enfrentarem por todo o mundo, vez após vez, é nojenta, e deve parar”, garantiu o britânico, de 35 anos.

Desde a morte de Floyd, que teve a abordagem por um policial flagrada por câmeras de celular, que registraram o momento em que ele, homem negro, implorava para respirar, enquanto o agente apoiava o joelho em seus pescoço, Hamilton tem sido uma das vozes mais ativas em denunciar o racismo.

“Tantas pessoas parecem surpresas, mas para nós, infelizmente, não é surpresa. Aqueles de nós que são negros, partos ou entre eles, vemos isso todos os dias e não devemos sentir como se tivéssemos nascido culpados, como se não pertencemos, ou temermos por nossas vidas, com base na cor de nossa pele”, escreveu o piloto.

“Will Smith disse melhor: o racismo não está ficando pior, está sendo filmado. Só agora que o mundo está tão bem equipado com câmeras, é que essa questão pôde vir à tona de uma forma tão grande”, acrescentou, em referência ao astro americano do cinema.

Hamilton ainda lamentou que só após milhares de pessoas saírem às ruas, em protesto pela morte de Floyd, é que as autoridades dos Estados Unidos decidiram prender e acusar formalmente o policial Derek Chauvin, que apareceu nas imagens sufocando o homem com um dos joelhos.

“Só quando há tumultos e gritos por justiça é que os poderes que estão acuados fazem algo. Mas, até lá, já é tarde demais e não foi feito o suficiente”, garantiu o seis vezes campeão da Fórmula 1.

Hamilton concluiu lembrando que o racismo que denuncia não existe apenas nos Estados Unidos e clamou pelo que chamou de “defesa do que é certo, além de ter divulgado a hashtags que está sendo utilizada hoje nas redes sociais, #blackouttuesday, em que usuários postam imagem com fundo totalmente preto.

“Por favor, não fique em silêncio. Não importa a cor de sua pele. Vidas pretas importam”, afirmou o piloto.