Hamas reitera que não participará de novas negociações para cessar-fogo com Israel

Por Agência de Notícias
14/08/2024 16:27 Atualizado: 14/08/2024 16:27

O grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza e está envolvido em uma guerra contra Israel há mais de dez meses, reiterou nesta quarta-feira (14) que não participará em uma nova rodada de negociações para um cessar-fogo, que foi convocada para amanhã pelos mediadores.

“O Hamas não fará parte das próximas negociações agendadas para amanhã, quinta-feira, nem no Cairo nem em Doha”, disse Suhail al Hindi, membro do gabinete político do Hamas, ao portal “Al Arabi Al Jadeed”.

A milícia terrorista palestina Jihad Islâmica, que cerrou fileiras com o Hamas na sua guerra contra Israel, apoiou a iniciativa.

“A decisão da resistência é unificada e não entraremos em negociações que permitam a(o primeiro-ministro israelense Benjamin) Netanyahu ganhar tempo grátis”, afirmou em um comunicado a Jihad Islâmica, que frisou que “não tem outra opção senão lutar contra a intransigência sionista”.

Os Estados Unidos, o Egito e o Catar, que atuam como mediadores, exigiram no dia 8 de agosto que Israel e o Hamas “retomassem as discussões urgentes na quinta-feira, 15 de agosto, em Doha ou no Cairo, para fechar todas as lacunas restantes e começar a implementação do acordo sem mais demora”.

Israel concordou e disse que enviaria uma delegação, mas o Hamas recusou-se a participar em novas negociações e, em vez disso, exigiu o cumprimento do que foi acordado em 2 de julho, referindo-se a um projeto que se baseia em princípios estabelecidos em maio pelo presidente dos EUA, Joe Biden.

“O movimento exige um compromisso claro por parte da ocupação com o que foi acordado no dia 2 de julho segundo os esclarecimentos transmitidos pelos mediadores, e se isso acontecer, o movimento está pronto para entrar nos mecanismos de implementação do acordo”, destacou Al Hindi.

Netanyahu negou ontem ter incluído mais exigências na proposta de Biden e acusou o Hamas de ter exigido 29 mudanças que Israel se recusa a conceder.

Tudo isto acontece enquanto o Oriente Médio está à beira de uma escalada regional, que a comunidade internacional tenta evitar através de um cessar-fogo em Gaza.