Um dos chefes do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, exigiu nesta sexta-feira, após dias de negociações, o “cessar total dos combates” na Faixa de Gaza em troca da libertação de reféns e disse que a Jihad Islâmica Palestina, outro grupo terrorista que atua na Faixa, cobra o mesmo.
“Reafirmamos a posição das facções da resistência de que qualquer negociação deve levar ao fim total da agressão, à retirada do exército de ocupação da Faixa de Gaza e ao retorno dos deslocados aos seus locais de residência”, disse o Hamas em um comunicado divulgado no Telegram.
Haniyeh, que afirmou ter tido uma conversa telefônica com o secretário da Jihad Islâmica Palestina, Ziad Nakhaleh, no âmbito das negociações de cessar-fogo no enclave, também lembrou a necessidade de reconstruir a Faixa e de garantir um acordo “sério” para a troca de reféns por prisioneiros palestinos.
Esse anúncio oficial do Hamas foi feito quase uma semana depois de reuniões em Paris com mediadores dos EUA, do Egito e do Catar para discutir uma proposta de trégua e de libertação de reféns aprovada por Israel.
No entanto, já ontem, uma delegação do grupo terrorista islâmico deu a entender, no Cairo, onde as negociações prosseguiam, que não haveria trégua se Israel não concordasse em libertar prisioneiros palestinos de alto escalão, tanto do próprio Hamas quanto do movimento palestino Fatah, disseram à EFE fontes ligadas às negociações.
O Hamas exige a libertação de Marwan Barghouti, considerado um dos principais candidatos futuros a líder da Autoridade Palestina, que cumpre cinco sentenças de prisão perpétua por planejar ataques que mataram cinco israelenses durante a Segunda Intifada.
Além disso, o grupo terrorista islâmico quer a libertação de Ahmed Saadat, chefe da Frente Popular para a Libertação da Palestina, que está cumprindo uma sentença de 30 anos por planejar o assassinato do então ministro do Turismo de Israel, Rehevam Zeevi, em 2001.
O acordo proposto, aprovado por Israel e dividido em etapas, inclui uma primeira fase que estipula a libertação de 35 civis presos pelo Hamas em troca de uma interrupção completa das operações israelenses por 45 dias, disseram as fontes.
Além disso, Israel libertaria cerca de 100 prisioneiros palestinos em troca de cada refém libertado pelo Hamas, e haveria um aumento no fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
Na segunda fase, militares do sexo feminino e masculino seriam libertados, e a última fase incluiria a devolução dos corpos de ao menos 27 reféns, ainda de acordo com as fontes.
Israel e Hamas chegaram a um acordo de trégua de uma semana entre 24 e 30 de novembro, que interrompeu os combates e permitiu a troca de 105 reféns, incluindo alguns estrangeiros, pela libertação de 240 prisioneiros palestinos, algo que não se repetiu desde então.