Por Agência EFE
Genebra (Suíça), 10 set – A Organização das Nações Unidas (ONU) já arrecadou US$ 3 bilhões (R$ 15,9 bilhões) ao longo de quatro meses, para programas de desenvolvimento e distribuição de vacinas, tratamento e diagnósticos da Covid-19, mas ainda precisa de outros US$ 35 bilhões (R$ 185,5 bilhões).
O montante foi revelado nesta quinta-feira pelo secretário-geral da agência, o português Antonio Guterres.
“Precisamos dar um passo gigante em matéria de financiamento”, explicou o diplomata.
Segundo Guterres, apenas nos próximos três meses, seria necessário obter US$ 15 bilhões (R$ 79,5 bilhões), para que não se perca “a janela de oportunidade e aperfeiçoe o uso de novas vacinas” que venham a ser desenvolvidas.
O secretário-geral da ONU, além disso, admitiu que o dinheiro necessário não será encontrado nas tradicionais subvenções oficiais, por isso, será necessário “buscar doadores em todos os campos”.
Hoje, Guterres participou de reunião virtual do conselho do programa Acelerador ACT, estabelecido pela OMS, em meio, para financiar a investigação de ferramentas médicas contra o novo coronavírus, em troca de que sejam distribuídas em países sem poder aquisitivo para compra de grandes quantidades.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também participou do encontro, em que a frase mais repetida foi “ninguém estará seguro até que todos estejam”.
O pensamento entre os participantes é que se a pandemia não for freada nos países em desenvolvimento, poderá retornar aos desenvolvidos, inclusive, quando já existir vacina e melhores tratamentos.
Guterres, inclusive, garantiu que a pandemia da Covid-19 “é a principal ameaça atual à segurança global”.
O português, no entanto, diz acreditar que não é tarde ainda para que a comunidade internacional reúna esforços para acelerar a pesquisa em vacinas, testes e tratamentos contra o novo coronavírus nos próximos 12 meses.
“Sejamos claros: não há panaceia para esta pandemia. Não vamos conseguir resolver esta crise no curto prazo, mas a vacina deve ser um bem de saúde pública acessível a todos, porque a Covid-19 não respeita fronteiras”, disse o secretário-geral da ONU.
Tedros, por sua vez, lançou um alerta sobre alguns tipos de nacionalismos existentes, que poderiam comprometer o progresso e dificultar que se coloque um fim na pandemia. Por isso, fez um apelo.
“Incrementar a capacidade geral de pesquisas de vacinas, tratamento e diagnósticos, para que salvem vidas”, afirmou o diretor-geral da OMS.
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