Caças de combate dos Estados Unidos e da Coreia do Sul estavam aperfeiçoando suas habilidades de combate combinadas em exercícios aéreos quando um porta-voz das relações exteriores da Coreia do Norte anunciou que a guerra é inevitável.
O porta-voz disse que políticos de alto escalão nos Estados Unidos “estão demostrando sinais alarmantes fazendo observações belicosas uma após a outra”, disse o porta-voz anônimo durante uma entrevista noticiária norte-coreana em 6 de dezembro.
O porta-voz estava se referindo a observações do conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, H.R. McMaster, em 2 de dezembro, e, dias antes, do senador republicano Lindsey Graham, que faz parte do Comitê dos Serviços Armados.
McMaster disse a uma audiência num fórum de defesa da Califórnia que a guerra parecia mais provável na Península Coreana. “Acho que [as chances de uma guerra] estão aumentando dia a dia, o que significa que de fato estamos numa corrida para resolver esse problema”, disse Graham.
“Há maneiras de resolver este problema evitando-se um conflito armado, mas é uma corrida porque [o líder norte-coreano Kim Jong-un] está cada vez mais perto, e não temos muito tempo”, disse ele.
Em 29 de novembro, o senador Graham disse à CNN que a guerra na Península Coreana veria muitas pessoas feridas e mortas, mas pode ser a única opção. “Nós não deixaremos esse louco na Coreia do Norte ter a capacidade de atingir a [nossa] pátria.”
“Se houver uma guerra com a Coreia do Norte, será porque a Coreia do Norte trouxe isso para si mesma, e estamos a caminho de uma guerra se as coisas não mudarem.”
As observações ocorreram após anos de ameaças frequentes da Coreia do Norte sobre aniquilar os Estados Unidos. Enquanto as administrações anteriores ignoraram com a mesma regularidade essas observações, essa política mudou à medida que a Coreia do Norte acelerou seu programa de armas nucleares sob Kim Jong-un.
O porta-voz norte-coreano disse que as observações eram “severamente belicosas” e deviam ser lidas como um aviso para a Coreia do Norte se preparar para a guerra.
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“Pior ainda, o diretor da CIA fez uma provocação contra nós criticando sem pudor a nossa liderança suprema, que é o coração do nosso povo”, disse o porta-voz, que descreveu as observações como uma “revelação da intenção astuta e odiosa dos EUA, que é instigar nossas fortes contramedidas.”
Desertores da Coreia do Norte descreveram serem obrigados a tratar Kim Jong-un e seus antepassados com reverência. Insultar a família Kim é um crime sério na Coreia do Norte e o regime exige que a população preste um culto à personalidade em torno da linha familiar. Isso inclui gastar dezenas de milhões de dólares em estátuas e pinturas comemorando a família Kim e colocar guardas de prontidão para proteger essas imagens de culto contra o vandalismo.
Os exercícios militares em curso na região, combinados com os “violentos comentários de guerra”, tornam o “início da guerra na Península Coreana um fato estabelecido”, disse o porta-voz. “A questão final agora é: quando a guerra começará.”
A declaração do porta-voz sugere que o regime de Kim não interromperá o seu programa nuclear, mesmo que corra o risco de mudança de regime, o que é amplamente considerado como o inevitável resultado de uma guerra entre os EUA e a Coreia do Norte.
O porta-voz disse que a atual administração dos EUA já decidiu provocar uma guerra na Península Coreana e está usando “uma abordagem gradual para conseguir isso”.
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Do ponto de vista dos Estados Unidos, cada uma dessas etapas tem sido uma resposta às contínuas provocações norte-coreanas, incluindo os testes de dispositivos nucleares e a continuação do programa de desenvolvimento de mísseis balísticos.
Os Estados Unidos disseram que estão dispostos a iniciar negociações se a Coreia do Norte anunciar uma pausa de 60 dias em seus testes de armas. A Coreia do Norte disse que não entrará em negociações a menos que os Estados Unidos reconheçam a Coreia do Norte como um Estado com armas nucleares.