Por EFE
Cabul, 22 fev – A guerra do Afeganistão deixou, em 2019, pelo menos 3.403 mortos e 6.989 feridos entre a população civil, uma redução de 5% com relação aos números recordes alcançados no ano anterior, segundo divulgou neste sábado a Missão das Nações Unidas para o país (Unama).
O informe foi divulgado no mesmo dia em que foi iniciado um período de sete dias de redução das hostilidades, a partir de acordo firmado entre representantes dos talibãs e do governo dos Estados Unidos, visto como um princípio das negociações de país.
De acordo com os dados da Unama sobre mortos e feridos entre civis no conflito afegão, estes são os números mais baixos desde 2013, o que é atribuído a redução da pressão das Forças Armadas Afegãs ao Estado Islâmico (EI).
“Principalmente determinada pela redução das vítimas causadas pelo Estados Islâmico, que foi quase derrotado em 2019”, aponta nota divulgada pela Missão da ONU.
O documento de hoje ainda destaca que os talibãs foram responsáveis por 47% das vítimas civis (1.301 mortos e 3.603 feridos) em 2019, o que representa 21% de aumento com relação ao ano anterior.
Além disso, 1.473 personas morreram e 1.460 apresentaram ferimentos em ações de forças pró-governo, o que significa aumento de 13% na comparação com 2018.
A agência da ONU ainda lamentou que 42% de todas as vítimas civis foram mulheres e crianças.
100 MIL
Desde 2009, a Unama documentou a morte de mais de 35 mil civis em decorrência do conflito armado no Afeganistão. Somadas as pessoas deste grupo que ficaram feridas, o total chega a 100 mil em uma década.
“Quase nenhum civil do Afeganistão escapou de ser pessoalmente de uma forma ou outra pela violência em curso”, explicou o chefe da Missão no país, Tadamichi Yamamoto.
Hoje foi iniciada a semana de violência reduzida entre os talibãs e o governo afegão, que é considerado o primeiro passo para a assinatura de um acordo de paz entre os insurgentes e os Estados Unidos, no dia 29 de fevereiro próximo.
As duas partes, talibãs e americanos anunciaram a medida, que pode resultado na retirada das tropas dos EUA do país asiático.
O acordo preliminar chega depois de um período de crise política no Afeganistão, depois que a Comissão Eleitoral independente local anunciou o resultado do pleito presidencial, em que o presidente Ashraf Ghani foi declarado vencedor.
O segundo mais votado e atual chefe do Executivo, Abdullah Abdullah, não reconheceu a recontagem realizada e anunciou que irá formar um governo próprio.