Por Agência EFE
O chefe da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, reconhecido por mais de 50 países como presidente interino venezuelano, chamou de “farsa” a decisão anunciada nesta quinta-feira (28) pela Controladoria Geral de proibi-lo de ocupar cargos públicos por 15 anos.
“Não existe um controlador, não existe essa inabilitação. O parlamento da Venezuela é o único órgão que pode designar um controlador”, afirmou Guaidó pouco depois do anúncio.
O opositor questionava a legitimidade de Elvis Amoroso, designado como controlador-geral do país pela Assembleia Constituinte, controlada pelo chavismo, e não pela Assembleia Nacional, órgão que tem a responsabilidade de fazer as indicações para o cargo.
“É perigoso que sigam atacando a presidência interina”, destacou.
Amoroso anunciou mais cedo a inabilitação de Guaidó para exercer cargos públicos por 15 anos. O órgão afirmou que o opositor “ocultou ou falsificou” dados de sua declaração de patrimônio, além de ter recebido dinheiro fora e dentro do país sem informar às autoridades.
“Hoje vamos continuar nas ruas implementando nossa Operação Liberdade pelo fim da usurpação”, disse Guaidó, citando sua campanha para retirar Nicolás Maduro do poder.
Para Guaidó, a decisão anunciada pela Controladoria Geral é uma tentativa do chavismo de confundir a opinião pública.
O Ministério Público da Venezuela já abriu duas investigações contra Guaidó. Uma delas está ligada à autoproclamação do opositor como presidente interino na Venezuela e outra com o suposto envolvimento dele com o primeiro blecaute que atingiu o país.
O líder da oposição é reconhecido por cerca de 50 países, entre eles o Brasil, como presidente interino do país. A autoproclamação elevou a tensão política, já que Nicolás Maduro segue no poder com o apoio da maior parte dos militares venezuelanos.