O opositor do regime venezuelano Juan Guaidó, que mais de 50 países reconheceram como presidente interino de 2019 a 2022, afirmou nesta segunda-feira que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ataca para “disfarçar” o histórico do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, contra os direitos humanos.
Guaidó acrescentou no Twitter que “atitudes negacionistas de chefes de Estado são um endosso para que indivíduos como Maduro continuem agindo com impunidade”.
Dos Estados Unidos, para onde viajou no mês passado de Bogotá, depois que o governo colombiano não permitiu que ele permanecesse no país, Guaidó reagiu assim a alguns comentários feitos por Lula sobre sua Presidência interina, que assumiu sendo presidente da Assembleia Nacional como resultado de muitos países não reconhecerem a legitimidade das eleições de 2019, “vencidas” por Maduro.
Lula disse hoje, em Brasília, junto com Maduro, que viajou ao Brasil para uma cúpula sul-americana, que é “absurdo” que países democráticos de Europa e América reconheçam o oposicionista Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela.
“Lula me ataca para evitar o óbvio; ele esconde e apoia quem é acusado de torturar a oposição, terrorismo e narcotráfico e de criar a maior crise de deslocamento do continente”, escreveu no Twitter.
O líder da oposição questionou se além dos ataques à sua pessoa, “ele vai conversar sobre eleições e direitos humanos com Maduro”.
“O presidente do Brasil, Lula, por laços ideológicos e econômicos, revitimiza o povo venezuelano ao negar o caráter ditatorial de Maduro. Esquece os assassinatos, as vítimas, a destruição da Amazônia e os milhões de migrantes”, enfatizou.
Segundo disse Lula em Caracas, ele veio “lutar” com líderes social-democratas europeus e com políticos dos Estados Unidos e de países latino-americanos contra o reconhecimento de Guaidó.
“Ele disse aos europeus que não entendia que um continente que exercia a democracia tão plenamente quanto a Europa pudesse apoiar a ideia de que o impostor (Guaidó) fosse o presidente”, enfatizou Lula.
O presidente, que recebeu Maduro no Palácio do Planalto na véspera da cúpula sul-americana convocada para amanhã, destacou que ainda existem “preconceitos” contra a Venezuela, que prometeu superar promovendo a “integração total” entre os dois países.
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