Grupo MS-13 quer enviar membros “mais jovens e mais violentos” aos EUA

24/01/2018 13:36 Atualizado: 24/01/2018 13:36

Os frustrados líderes da conhecida quadrilha MS-13 estão sentindo a pressão da administração Trump e em consequência querem enviar “criminosos mais jovens e mais violentos” aos Estados Unidos, disseram autoridades norte-americanas.

Stephen Richardson, vice-diretor da divisão de investigação criminal do FBI, disse à Comissão de Segurança Nacional da Câmara, em reunião realizada em 18 de janeiro, que as prisões em massa e o encarceramento de membros do MS-13 e de líderes de nível médio durante o ano passado frustraram seus chefões, informou a agência Voice of America News (VOA).

Membros das quadrilhas "MS-13" e "Barrio 18" presos em El Salvador, em 9 de agosto de 2017 (Marvin Recinos/AFP/Getty Images)
Membros das quadrilhas “MS-13” e “Barrio 18” presos em El Salvador, em 9 de agosto de 2017 (Marvin Recinos/AFP/Getty Images)

“Eles estão muito interessados em enviar bandidos mais jovens e mais violentos, através de seus canais, a este país para serem executores da gangue”, disse Richardson.

O presidente da comissão, Peter King, disse que sua equipe visitou recentemente El Salvador e que as autoridades locais lhes disseram que os líderes das quadrilhas — que operam principalmente dentro das prisões do país centro-americano — ficaram frustrados porque os membros do MS-13 nos Estados Unidos “não eram suficientemente violentos”, informou VOA.

“Esse é um pensamento horrível”, acrescentou King.

O que é o MS-13?

MS-13, ou Mara Salvatrucha, é conhecida por sua violência, e a administração Trump está tentando eliminá-la. Um dos lemas do grupo é “matar, roubar, estuprar, controlar” (kill, steal, rape, control, em inglês).

Durante o ano fiscal de 2017, as Investigações de Segurança Interna de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) prenderam 796 membros e associados do grupo MS-13, um aumento de 83% em relação ao ano anterior.

A maioria dos membros do MS-13 vem de El Salvador, e a grande maioria está nos Estados Unidos ilegalmente. Os membros da quadrilha utilizam o programa para menores não acompanhados como canal de recrutamento no país.

Jovens com idade inferior a 18 anos que atravessam a fronteira ilegalmente para os Estados Unidos geralmente procuram a Patrulha da Fronteira para serem registradas e enviadas ao Departamento de Realocação de Refugiados, que faz parte dos Serviços Humanos e Saúde (HHS).

A criança é entregue a um patrocinador, que geralmente é o pai ou um parente que já está nos Estados Unidos ilegalmente.

Membro da Mara Salvatrucha posa para foto em Tegucigalpa, em 30 de setembro de 2014 (Orlando Sierra/AFP/Getty Images)
Membro da Mara Salvatrucha posa para foto em Tegucigalpa, em 30 de setembro de 2014 (Orlando Sierra/AFP/Getty Images)

Muitas vezes, crianças que não fazem parte do MS-13, quando entram nos Estados Unidos se tornam alvo principal do recrutamento pela quadrilha, especialmente se tiverem familiares em local em que os bandidos possam ameaçá-los.

De acordo com o Departamento de Justiça, o MS-13 possui 40 mil membros em todo o mundo e cerca de 10 mil nos Estados Unidos, onde cometem crimes que vão desde a extorsão até o tráfico de armas, informou a Fox News.

“Estamos avaliando a informação que recebemos e estamos redobrando nossos esforços no combate ao MS-13”, disse Raymond Villaneuva, vice-diretor do ICE, em resposta aos comentários de King.

Secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, parada em frente a fotos relacionadas ao grupo MS-13,durante reunião informativa diária na Casa Branca, em 27 de julho de 2017 em Washington, DC (Win McNamee/Getty Images)
Secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, parada em frente a fotos relacionadas ao grupo MS-13,durante reunião informativa diária na Casa Branca, em 27 de julho de 2017 em Washington, DC (Win McNamee/Getty Images)

A quadrilha também é responsável por vários assassinatos brutais nos Estados Unidos. No dia 8 de janeiro, uma adolescente membro do grupo MS-13, Venus Romero Iraheta, foi declarada culpada de esfaquear uma garota de 15 anos e arrancar uma tatuagem da menina com sua faca.

A polícia prendeu 18 jovens envolvidos com o assassinato da adolescente, o que chamou a atenção nacional para a violência do grupo.

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