Nesta quinta-feira (1) foi iniciada a conferência do grupo Bilderberg em Chantilly, Virgínia, EUA, que durará 4 dias. Chantilly fica apenas a 24 quilômetros a oeste de Washington DC.
É esperada a participação de 131 membros da elite global incluindo: políticos, banqueiros, empresários e realeza europeia. Destaca-se a presença do estadista Henry Kissinger (membro senior do Clube de Roma) e do secretário da OTAN, Jens Stoltenberg.
O foco do encontro desse ano é discutir as relações transatlânticas, o futuro da União Européia e avaliar o “progresso” do governo do presidente dos EUA, Donald Trump.
Apesar do forte comparecimento de defensores das “fronteiras abertas”, a conferência do grupo Bilderberg é cercada por muros espessos, policiais armados e sinais de “proibida a entrada” como aponta reportagem do site Infowars.
Retrospectiva da conferência Bilderberg
O jornalista Jim Tucker – falecido em 2013 – começou a investigar o grupo Bilderberg em 1975. Em entrevista ao Epoch Times de 2012, Tucker lembra da época em que a existência do próprio grupo era negada. “Quando comecei a cobrir o Bilderberg, eu era um garoto solitário no portão”, disse o escritor.
“É simplesmente maravilhoso agora”, disse ele referindo-se às centenas de pessoas que se reunem em protestos públicos contra o grupo, assim como o aumento da cobertura midiática sobre as conferências. Ele disse que o grupo Bilderberg está “perdendo terreno”.
Quando perguntado sobre a natureza do Bilderberg, ele afirma: “Eles são um grupo de criminosos internacionais que começam guerras para que possam ganhar dinheiro. Quando eles fazem aviões, jipes e outros brinquedos de guerra, eles têm lucros enormes.”
“É por isso que eles geram guerras de anos em anos. […] Eles são a razão por que tantos jovens norte-americanos estão em suas sepulturas hoje, quando deveriam estar na pista de dança”, concluiu.
O website do Bilderberg (bilderbergmeetings.org), por outro lado, apresenta um ponto de vista diferente, como aponta um comunicado de imprensa sobre a reunião de 2012.
“A Conferência tratará principalmente de questões políticas, econômicas e sociais, como as relações transatlânticas, a evolução do cenário político na Europa e nos EUA, a austeridade e o crescimento nas economias desenvolvidas, a cibersegurança, os desafios energéticos, o futuro da democracia, a Rússia, a China e o Oriente Médio.”
Além da informação fornecida em seu website oficial, aparentemente não há informações de contato e nenhum representante do Bilderberg está disponível falar com o público em nome do grupo.
Protestos
Durante a conferência de 2012, também em Chantilly, Virgínia, centenas de pessoas se reuniram do lado de fora do hotel Marriott Westfields para protestar contra a reunião. O comparecimento foi maior do que o da conferência de 2008 no mesmo local.
Um manifestante segurava um cartaz que dizia, “Respeitem as pessoas, não o dinheiro.” Outro segurava um que dizia, “Acabem com o Fed, Acabem com as Guerras, Obedeçam à Lei Logan”.
Um funcionário do Marriott Westfields disse ao Epoch Times que no hotel um membro do grupo Bilderberg disse, “Aquelas baratas ainda estão aqui”, referindo-se aos manifestantes.
O funcionário também ouviu uma pessoa da segurança do grupo Bilderberg reclamando com a polícia local por não ser corajosa o suficientemente e não responder aos manifestantes.
John Oetken, codiretor do Oath Keepers – uma associação não-partidária que busca defender a Constituição dos EUA contra todos os inimigos estrangeiros e domésticos – disse: “Os Bilderbergs precisam saber que eles pensam que estão transformando os EUA num Estado policial e que os policiais e os militares seguirão as ordens ilegais e ilícitas contra a Constituição dos Estados Unidos e contra o povo. Isso não acontecerá. Haverá muitos dentro das fileiras que resistirão.”
Jim Tucker disse que o grupo Bilderberg “planejam manipular a economia na Europa para que possam prejudicar os Estados Unidos e outros países; então eles poderão avançar sua causa por um governo mundial.”
“O grupo Bilderberg não terá êxito porque estão falhando há uma dúzia de anos”, disse ele. “Eles estão perdendo terreno. Os patriotas estão ganhando. Eles sabem disso; eles estão indignados com isso. E nós vamos prevalecer e os Estados Unidos da América sobreviverão”, disse Tucker.
Teoria da conspiração?
Quando perguntado sobre as pessoas que rotulam seu trabalho como teoria da conspiração, Jim Tucker disse severamente, “Eu não acredito que isso seja teoria da conspiração de forma alguma. Eu reconheço isso como uma conspiração factual! Certamente, é uma conspiração.”
Mark Anderson, um jornalista que trabalha com Tucker pelos últimos anos, disse, “Se duas crianças fazem um plano para roubar uma barra de chocolate, isso é uma conspiração. Nem todas as conspirações são teorias e nem todas as teorias são conspirações.”
“Controlar um negócio como petróleo e gás natural é uma coisa, mas controlar a própria criação da moeda e do crédito é ter o próprio sangue vital da sociedade em suas mãos”, acrescentou ele, quando questionado sobre a relevância do assunto para a vida das pessoas comuns. “E assim, os banqueiros estão lá, eles reúnem pessoas em áreas de importância tão críticas para o funcionamento da sociedade. Então, como não podemos ser afetados?”
Jeffrey Smith da AFP juntou-se dizendo: “Há tanta evidência sólida ao longo dos anos que mostra sua função, seu nível de poder e sua influência efetiva em todo o mundo, que é totalmente fora da fiscalização do cidadão médio. É o corpo de evidências que existe agora que é indiscutível e não é contestado.”
Anderson continuou, “Gostaria de acrescentar que fazemos chamadas cada vez que eles se encontram. Nós perguntamos, ‘Onde está a conferência de imprensa?’ Silêncio. ‘Onde está o comunicado de imprensa?’ Silêncio. ‘Onde está a lista para que possamos corroborar com o que está online?’ Silêncio, silêncio. Nós nem sequer temos um porta-voz. Eles têm a chance de contar seu lado da história.”
Anderson se referiu à parte de um discurso de David Rockefeller – falecido em 2017 – numa reunião do grupo Bilderberg na Alemanha em 1991, conforme citado em SourceWatch.org, “Estamos gratos ao Washington Post, ao New York Times, à Time Magazine e a outras publicações cujos diretores têm participado dos nossos encontros e respeitado suas promessas de discrição por quase 40 anos.”
A citação continua: “Teria sido impossível para nós desenvolver nosso plano para o mundo se tivéssemos sido submetidos às luzes da publicidade durante todos esses anos. Mas o mundo agora está mais sofisticado e preparado para marchar em direção a um governo mundial. A soberania supranacional de uma elite intelectual e banqueiros mundiais é certamente preferível à autodeterminação nacional praticada nos séculos passados.”
A precisão da citação não foi verificada, devido à natureza secreta do que é dito nas reuniões.
A primeira reunião foi realizada na Holanda em maio de 1954 num hotel chamado Bilderberg. Desde então, as reuniões foram realizadas anualmente em várias partes da Europa, Estados Unidos e Canadá.