Por Diário do Poder
O jornalista norte-americano Glenn Greenwald anunciou nesta quinta-feira (29) que deixou o site The Intercept, que ajudou a fundar em 2013, após ganhar notoriedade no caso Edward Snowden.
“As mesmas tendências de repressão, censura e hegemonia ideológica que afligem a imprensa nacional [dos EUA] tem de forma geral engolido o veículo de mídia que ajudei a fundar, culminando na censura dos meus próprios artigos”, anunciou Greenwald nas redes sociais.
O artigo censurado trata do caso Hunter Biden, filho de Joe Biden, candidato de oposição a Donald Trump. Foram vazados e-mails, fotos e vídeos numa matéria do New York Post, o mais antigo jornal em circulação nos EUA. O candidato democrata sempre afirmou que nunca tratou sobre negócios com o filho, que é executivo de uma empresa ucraniana de gás. Os documentos, contidos em notebooks que Hunter deixou numa loja para consertar, e nunca foi buscar, comprovam que é mentira a alegação de Joe Biden. Não só ele teria conhecimento, mas também participação nos negócios.
A acusação foi rapidamente ignorada pela imprensa americana, que, sem qualquer prova, definiu o escândalo como uma “operação de desinformação russa”. As principais redes sociais, Facebook e Twitter, chegaram até a bloquear a conta oficial do New York Post e também qualquer pessoa que tentava publicar a matéria que denunciava o caso. No entanto, a veracidade do material foi verificada e até o FBI já está investigando o caso.
Ao tratar desse escândalo, e da narrativa da imprensa tradicional sobre o caso, o jornalista Glenn Greenwald denunciou que seus editores exigiram que ele removesse do seu texto qualquer menção crítica ao candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden. Greenwald, que mora no Brasil, chamou o caso de “espetáculo bizarro” e também avisou: o comportamento não é exclusivo do The Intercept. “Estarei fazendo meu jornalismo no Substack (site aberto de artigos) de agora para a frente”, concluiu.
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