Governo da Venezuela tira do ar CNN em espanhol

16/02/2017 11:56 Atualizado: 16/02/2017 11:56

O presidente da Venezuela Nicolás Maduro mandou interromper o sinal da rede CNN em espanhol no país na quarta-feira (15), acusando-a de deturpar a verdade em suas reportagens, segundo informações da agência Reuters.

Com sede nos Estados Unidos, a CNN en Español saiu do ar nos principais provedores de TV a cabo venezuelanos minutos após a agência reguladora de telecomunicações, Conatel, informar o bloqueio.

O governo socialista de Maduro irritou-se com várias reportagens, inclusive uma em que a CNN denunciou a venda ilegal de passaportes e vistos na embaixada da Venezuela no Iraque.

No fim de semana, Maduro determinou à CNN para “sair” de seu país após acusá-la de distorcer as declarações feitas por uma garota, ao vivo na TV, de que estudantes estão desmaiando devido à fome.

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A CNN afirmou que Maduro está sendo injusto ao impedir que seus conterrâneos continuem tendo acesso a 20 anos de serviços de notícias, mas acrescentou que seu sinal ficará à disposição gratuitamente no YouTube.

“Na CNN en Español acreditamos no papel vital que a liberdade de imprensa desempenha em uma democracia saudável”, declarou o canal.

Maduro impõe censura à emissora em um momento delicado do relacionamento entre EUA e Venezuela. Nesta semana, Washington inseriu o nome do vice de Maduro, Tareck El Aissami, em uma lista negra graças a acusações envolvendo drogas, primeiro atrito entre os países desde que Donald Trump tomou posse como presidente norte-americano.

“Não quero problemas com Trump”, disse Maduro na TV na quarta-feira, acrescentando que a CNN se transformou em um “instrumento de guerra”.

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Aproximadamente uma hora mais tarde, Trump pediu liberdade para o proeminente líder de oposição venezuelano encarcerado Leopoldo López em um tuíte, publicando uma foto junto com sua mulher, Lilian Tintori.

Trump manifestou apreensão quanto ao governo de Maduro em diversos telefonemas para líderes sul-americanos, mas por enquanto se desconhece se ele irá dar prioridade à Venezuela.