Governo recomenda saída de brasileiros na Síria

Por Redação Epoch Times Brasil
09/12/2024 13:50 Atualizado: 09/12/2024 13:58

A crescente instabilidade na Síria, intensificada pela queda do ditador Bashar al-Assad, levou o governo brasileiro a emitir um alerta para os cidadãos que vivem no país. 

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) orientou os cerca de 3 mil brasileiros residentes na Síria a deixarem o território por conta própria, já que, até o momento, não há previsão de operações de repatriação organizadas pelo governo.

Segundo o Itamaraty, a falta de uma operação de resgate até o momento se deve à baixa procura registrada.

A queda de Assad resultou na fragmentação do poder, agora disputado por uma coalizão de grupos rebeldes, incluindo facções extremistas, complicando a formação de um novo governo.

Nos últimos dias, várias embaixadas estrangeiras foram alvo de ataques. Representações da Itália e de Cuba em Damasco sofreram invasões, com relatos de que três veículos foram furtados da embaixada italiana. 

Diplomatas iranianos, aliados do regime deposto, também deixaram o país às pressas após confrontos nas proximidades.

Orientações aos brasileiros

Aos que optarem por permanecer na Síria, o governo recomendou precauções como evitar áreas de conflito, não participar de manifestações e manter a documentação em dia. 

Apesar da ausência de uma operação imediata, o Itamaraty não descarta ações futuras caso o cenário se agrave ou a demanda aumente.

Em caso de emergência, o telefone de plantão da Embaixada em Damasco é: +963 933 213 438. O plantão consular do Itamaraty também permanece disponível no número +55 61 98260-0610 (inclusive WhatsApp).

Conflito na Síria

A guerra civil síria, iniciada em 2011, teve suas raízes na repressão do regime de Bashar al-Assad a protestos pró-democracia durante a Primavera Árabe. 

A repressão violenta desencadeou uma escalada do conflito, com a formação do Exército Sírio Livre, um grupo rebelde que enfrentava as forças do governo. Simultaneamente, o Estado Islâmico emergiu como uma força poderosa, controlando grandes porções do território sírio.

O conflito logo se transformou em uma guerra por procuração, com potências internacionais e regionais, como a Rússia, que apoiou Assad, e os Estados Unidos, que lideraram uma coalizão para combater o Estado Islâmico. 

Outros países, como Irã e Arábia Saudita, também se envolveram, ampliando as dimensões da guerra.

Após um cessar-fogo em 2020, a guerra entrou em uma fase de relativa estagnação, com pequenos confrontos esporádicos entre os rebeldes e o regime. 

A ONU estima que mais de 300 mil civis perderam a vida no conflito, enquanto milhões de sírios foram forçados a deixar suas casas, gerando uma crise humanitária sem precedentes.