O gabinete presidencial do Peru, agora chefiado pela nova chefe de Estado, Dina Boluarte, suspendeu nesta quarta-feira o toque de recolher obrigatório que havia sido “decretado ilegalmente” pelo ex-presidente Pedro Castillo horas antes, quando anunciou a dissolução do Parlamento que o destituiu.
“Restaurada a ordem constitucional, o toque recolher obrigatório ilegalmente decretado não tem efeito, o Peru não pode parar”, escreveu o gabinete da presidência no Twitter.
Desta forma, a medida que Castillo tinha anunciado nesta manhã e que inicialmente deveria entrar em vigor a partir das 22h (horário local; meia-noite em Brasília) foi suspensa em todo o país.
Castillo ordenou o toque de recolher obrigatório durante uma breve e surpreendente mensagem à nação, na qual anunciou a sua decisão de dissolver temporariamente o Parlamento e estabelecer um governo de “emergência excepcional”.
O agora ex-presidente disse também que convocaria “o mais rapidamente possível eleições para um novo Congresso com poderes constituintes para elaborar uma nova Constituição em um período não superior a nove meses”.
No entanto, as Forças Armadas e a Polícia Nacional não o apoiaram e o Parlamento ignorou a decisão.
Além disso, o pronunciamento de Castillo originou uma cascata de demissões no governo e levou o Congresso a antecipar a votação sobre o pedido de impeachment presidencial, que foi finalmente aprovado pelos votos favoráveis de 101 membros do Parlamento peruano.
Após a destituição de Castillo, a vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o poder e se tornou a primeira mulher a governar o Peru. A nova presidente não pertence a nenhum partido político e disse que governará até 2026, quando o mandato de Castillo estava marcado para terminar. Castillo tomou posse em julho de 2021.
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