O governo colombiano e o Estado-Maior Central (EMC), formado por dissidentes da guerrilha FARC, anunciaram nesta quarta-feira (12) que definiram uma data para a instalação das conversas de paz “que serão divulgadas à opinião pública no momento oportuno”.
O anúncio foi feito pelo Escritório do Alto Comissariado para a Paz (OACP), no qual assegurou que o EMC, que agrupa o maior número de ex-dissidentes das FARC, já escolheu os seus membros para o Mecanismo de Monitoramento, Verificação e Supervisão (MVMV) que será instalado a 26 de abril.
A definição veio após os representantes do governo e do grupo se reunirem em 10 de abril nas Sabanas del Yarí, no sudoeste da Colômbia.
“A reunião contou com a presença do alto comissário para a paz, Danilo Rueda, membros da sua equipe, e delegações de acompanhantes e observadores de organizações multilaterais, do corpo diplomático credenciado na Colômbia e dos setores religiosos”, acrescentou a informação.
Nessa reunião, segundo o governo, o EMC informou também os nomes dos seus cinco representantes à mesa das negociações de paz.
“O alto comissário para a paz reiterou o compromisso do governo nacional de implementar mudanças abrangentes que reduzam as desigualdades nos territórios afetados pelo conflito armado, e voltou a exigir que o EMC-FARC mantenha o seu compromisso de respeito pela vida dos líderes sociais, comunidades e meio ambiente”, acrescentou o OACP.
Negociações de paz
Em 13 de março, o presidente colombiano, Gustavo Petro, anunciou que será criada uma mesa de conversas de paz com o EMC após o Ministério Público ter anunciado que os mandados de captura contra 19 membros do grupo tinham sido suspensos.
“Um segundo processo de paz está começando. Será estabelecida uma mesa entre o governo e o Estado-Maior Central”, disse Petro em mensagem no Twitter, sem entrar em detalhes.
Na busca pela paz total na Colômbia, o presidente anunciou em 31 de dezembro um cessar-fogo de seis meses com o ELN, o Estado-Maior Central, a Segunda Marquetalia (outra dissidência das Farc), o Clã do Golfo e os paramilitares da Serra Nevada.
Contudo, dias depois, o ELN disse que não aderiu ao pacto porque foi anunciado sem ter sido acordado à mesa de negociações e unilateralmente.
No mês passado, o governo terminou o cessar-fogo com o Clã del Golfo, o principal grupo criminoso do país, por considerar que a facção quebrou o acordo.
O Estado-Maior Central é uma dissidência das FARC, liderada pelo pseudônimo “Iván Mordisco”, que nunca assinou o acordo de paz de 2016.
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