Por Debora Alatriste, Epoch Times
Yerko Nuñez anunciou que o governo boliviano suspendeu relações diplomáticas com Cuba, devido à “hostilidade permanente e queixas constantes” de seu governo. As declarações do chanceler interino ocorreram nesta sexta-feira (24) em uma coletiva de imprensa.
“Essa determinação se deve às recentes e inadmissíveis expressões do ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, e à hostilidade e queixas constantes de Cuba contra o Governo Constitucional da Bolívia e seu processo democrático”, afirmou o ministro das Relações Exteriores.
Segundo alertou Núñez, “o governo cubano abalou sistematicamente o relacionamento bilateral com base no respeito mútuo, nos princípios de não interferência nos assuntos internos, na autodeterminação dos povos e na igualdade soberana dos Estados, apesar da disposição do governo boliviano de manter relações cordiais”.
Leia também:
• Pompeo: o regime de Maduro cairá como a União Soviética ‘esse dia está próximo’
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, postou no Twitter sobre a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, depois que ela confirmou em discurso na quarta-feira que o regime de Castro ficou com 80% do que Evo Morales pagou pelo trabalho dos médicos cubanos.
“Mentiras vulgares da golpista auto-proclamada na Bolívia. Outra amostra de seu servilismo para com os Estados Unidos. Ela devia explicar às pessoas que, após retornar a Cuba, os colaboradores, devido à violência a que foram submetidos, deixaram de realizar mais de 454.440 atendimentos médicos”, argumentou Rodríguez.
“Dois meses sem uma brigada médica cubana na Bolívia se traduz em quase 1.000 mulheres que não tiveram assistência especializada em seus partos e 5.000 intervenções cirúrgicas e mais de 2.700 cirurgias oftalmológicas que não foram realizadas. Não são só números, são seres humanos”, acrescentou ele em outro tuíte.
Após a renúncia de Evo Morales à presidência em 2019, o governo de Áñez encerrou o convênio de saúde entre Morales e Havana. Mais de 700 pessoas envolvidas retornaram à ilha e, em grande parte, não eram profissionais de saúde.
Da mesma forma, o ministro das Relações Exteriores de Cuba criticou a presidente interina em 21 de janeiro por receber a opositora cubana Rosa María Payá.
“Os funcionários do governo dos Estados Unidos vão correndo abraçar e apoiar os golpistas bolivianos que massacraram seu povo, militarizaram o país, violaram a constituição e rapidamente tratam de reverter os avanços sociais em favor das oligarquias”, escreveu Rodriguez no Twitter.
Payá é filha do falecido dissidente Oswaldo Payá e promotora do projeto Cuba Decide, uma plataforma que busca permitir que os cubanos se pronunciem, através de um referendo, sobre o sistema político que desejam para a ilha.
Pouco depois de assumir o poder após a renúncia de Morales e sua saída do país, o governo interino da Bolívia rompeu relações com a Venezuela.
Com informações da Agência EFE