O ministro da Economia da Argentina e pré-candidato à presidência, Sergio Massa, culpou a especulação financeira pelas novas tensões cambiais no país, com o dólar atingindo novos recordes na quinta-feira.
“Existe uma especulação, especialmente por parte de alguns setores que apostam que a Argentina não será capaz de pagar sua dívida em pesos ou fechar um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI)”, disse Massa a jornalistas durante uma visita à província de Córdoba.
De acordo com o ministro, a Argentina conseguiu lidar com a dívida e chegar a um acordo com o FMI, de modo que “o último sustentáculo que restava” a esses setores – que ele não identificou – era a “especulação sobre o dólar blue”, como é chamado o câmbio informal no país.
Na quinta-feira, o dólar subiu 17 pesos no mercado informal, atingindo um novo recorde de 577 pesos por unidade para venda.
Já no Banco Nación, uma instituição estatal, onde as transações são restritas a US$ 200 por mês, por pessoa física e sob certas condições, a moeda americana subiu 1,50 peso, chegando a um recorde de 290 pesos para venda ao público.
O preço oficial do dólar no atacado também avançou nesta quinta-feira para mais um recorde, de 278,10 pesos, e o chamado “dólar contado com liquidação” (usado em operações com bolsas de valores no exterior) atingiu a máxima histórica de 577,87 pesos.
Em relação à unificação cambial proposta por alguns candidatos da oposição como parte da campanha para as primárias do próximo dia 13, que vão definir os candidatos para o pleito presidencial de outubro, Massa advertiu que essa medida levaria 60% da população à pobreza.
“A Argentina enfrenta um problema estrutural, que é o fato de terem nos deixado uma dívida (com o FMI) de US$ 45 bilhões. E a única solução que eles conseguem pensar é contrair mais dívidas com o FMI. É como um alcoólatra tentando resolver seus problemas com mais álcool”, comentou.
Quanto à desaceleração da inflação, com o índice de preços ao consumidor em 115,6% em 12 meses na medição feita em junho, Massa argumentou que “dependerá do crescimento das exportações em 2024”.
Ele garantiu que uma melhora nas receitas de exportação também dará “solidez” ao peso argentino.
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