O governo da Argentina comemorou a decisão de um tribunal de cassação que estabelece que o ataque cometido em 1994 contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que deixou 85 mortos e 300 feridos em 1994, foi patrocinado pelo Irã, que põe fim a “décadas de adiamento e encobrimento”.
Em um comunicado, “o gabinete do presidente saúda a decisão emitida pela Câmara Federal de Cassação Penal que pôs fim a décadas de adiamento e encobrimento no caso Amia, determinando que os ataques contra a Embaixada de Israel e a Amia foram realizados pelo Hezbollah, sob os auspícios de organizações estatais da República Islâmica do Irã”, afirma o governo em um comunicado.
Para o governo presidido por Javier Milei, “este avanço significativo no campo judicial destaca as repetidas tentativas do Kirchnerismo para encobrir a responsabilidade do Irã e adiar esta decisão histórica”.
Milei “tem garantido desde o início de seu mandato a independência absoluta do Poder Judiciário. Nesse sentido, a Câmara Federal de Cassação Penal tem conseguido exercer sua função com total liberdade, sem pressões políticas, para proporcionar uma justiça que tanto as vítimas quanto suas famílias esperaram durante décadas”, diz o artigo publicado na rede social X, ex-Twitter.
A reação do governo argentino ocorreu após o Departamento de Justiça do país declarar o ataque um “crime contra a humanidade” ao emitir duas decisões.
Por um lado, a Câmara confirmou as sentenças aos principais investigadores do caso, incluindo o juiz Juan José Galeano e os promotores Eamon Mullen e José Barbaccia, por terem inundado o caso com pistas falsas.
Por outro lado, decidiu por unanimidade declarar “crime contra a humanidade o atentado perpetrado em 18 de julho de 1994 contra a A.M.I.A.-D.A.I.A. (Delegação das Associações Argentinas-Israelenses)”.
A decisão determinou a intervenção de responsáveis e agentes iranianos e libaneses no atentado com carro-bomba, que poderá, portanto, estar ligado ao ataque à Embaixada de Israel em 1992, que provocou 22 mortos e 242 feridos.
Por isso, recomenda que o Estado faça reformas para realizar o “julgamento à revelia” dos terroristas fugitivos, sete libaneses e iranianos, que possuem um mandado de prisão internacional da Interpol.