O governo da Argentina qualificou nesta quarta-feira a greve geral que vai durar metade do dia no país como “sem sentido, uma complicação e um desperdício de dinheiro”.
“(A greve) vai de encontro ao que a maioria quer: viver em paz em um país onde as coisas começam a ser bem feitas, entendendo que é um momento extremamente complicado”, declarou o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, em sua entrevista coletiva diária na Casa Rosada.
O porta-voz acusou a principal organizadora do protesto – a Confederação Geral do Trabalho (CGT), de tendência peronista e maior órgão sindical do país – de tentar complicar a vida dos demais argentinos.
“Eles ainda são um grupo minoritário”, disse Adorni.
“Durante o resto do dia, o protocolo de segurança rigoroso para manifestações que o governo começou a aplicar em dezembro estará em vigor na Argentina”, acrescentou o porta-voz.
De acordo com essas regras, os manifestantes não têm permissão para interromper o tráfego de veículos nas ruas, obrigando-os a protestar nas calçadas ou nas praças.
Adorni também lembrou que o governo de Javier Milei habilitou uma linha telefônica, a 134, para receber denúncias de possível chantagem ou coerção para a realização da greve geral.
A esse respeito, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, disse para a imprensa que a linha telefônica já recebeu milhares de avisos de diferentes sindicatos.
Minutos antes do início oficial da greve, ao meio-dia, Bullrich publicou vários vídeos em seu perfil oficial na rede social X (ex-Twitter), caminhando e tirando fotos com comerciantes do bairro de Flores, em Buenos Aires, que não estão aderindo à greve convocada pela CGT.
“Todo mundo trabalhando aqui?”, perguntou a ministra várias vezes nos vídeos, respondendo afirmativamente a si mesma ao repetir o slogan: “O país não para, param as máfias”.
“Aqui estão todas as pessoas que trabalham. Quem não trabalha não come. Aqui todos estão trabalhando”, declarou Bullrich em tom desafiador.