Por Jack Phillips
Piloto testemunhou no julgamento de Ghislaine Maxwell, na terça-feira, que a socialite britânica era a “número dois” na hierarquia do desonrado magnata Jeffrey Epstein.
O piloto, Lawrence Paul Visoski Jr., a primeira testemunha no julgamento, declarou na terça-feira, que Maxwell era a ” nº 2″ antes de acrescentar que “Epstein era o grande nº 1” em seu círculo.
Maxwell enfrenta acusações relacionadas a tráfico sexual e suposta preparação e recrutamento de quatro meninas menores de idade, entre 1994 e 2004. Maxwell, filha do magnata da mídia e vigarista, Robert Maxwell, declarou-se inocente.
A promotora, Lara Pomerantz, afirmou aos jurados, na segunda-feira, que tanto Epstein, que foi encontrado morto em uma cela de prisão em Manhattan em 2019, quanto Maxwell eram “parceiros no crime”. Pomerantz alegou que Maxwell e Epstein, prepararam e recrutaram meninas menores de idade, as quais, então, abusaram.
Visoski testemunhou que celebridades e políticos de grande importância voaram no avião de Epstein, embora nenhum dos indivíduos mencionados tenha sido acusado de ter cometido irregularidades no caso.
“Nunca vi nenhuma atividade sexual, não”, declarou Visoski durante o julgamento. Quando lhe perguntaram se presenciou algum comportamento inapropriado com meninas menores de idade, ele afirmou: “De jeito nenhum”.
A porta da cabine do avião era fechada durante o voo, lembrou o piloto.
Visoski, que trabalhou para Epstein entre 1991 e 2009, também testemunhou que Epstein pagou pela educação de suas duas filhas e também lhe presenteou uma área em um rancho no Novo México, onde Visoski construiu uma casa para si. O piloto também confirmou que assinou um acordo de sigilo como parte de seu emprego com Epstein.
Epstein – anteriormente condenado por tráfico sexual em 2008 – foi encontrado morto em sua cela após sua prisão por tráfico sexual, há dois anos. Um médico legista concluiu que a causa da morte foi suicídio por enforcamento, embora haja grande especulação de que ele tenha sido assassinado.
Uma suposta vítima de Maxwell, que usou o pseudônimo de Jane, testemunhou, na terça-feira, que Maxwell e Epstein abordaram ela e um grupo de amigos pela primeira vez enquanto tomavam sorvete em um acampamento de verão, em Michigan, no início de 1990.
Jane, uma aspirante a cantora, afirmou que sua família estava passando por dificuldades financeiras após a morte de seu pai em 1993, e Maxwell e Epstein supostamente lhe declararam que eram os benfeitores do campo que concederam bolsas de estudo para estudantes. Mais tarde, Epstein convidou ela e sua mãe para um chá, Jane lembrou em seu depoimento.
Mas, em outra ocasião, Epstein se ofereceu para ajudar em sua carreira de cantora, antes de encerrar a conversa abruptamente e agredi-la sexualmente, declarou a testemunha, acrescentando que ela tinha 14 anos na época.
Maxwell e Epstein, mais ou menos na mesma época, a levariam à uma mesa de massagem em sua casa em Palm Beach e demonstrariam como Epstein gostava de ser massageado, afirmou ela.
Visoski testemunhou, na terça-feira, que viu Jane em um dos voos de Epstein e se lembrou de seus “olhos azuis penetrantes”, acrescentando que não sabia que ela era menor de idade ou “sem pai”.
O piloto também foi questionado sobre Virginia Roberts Guiffre, uma suposta vítima de Epstein que não faz parte do julgamento. “Eu não sabia a idade dela, ela não parecia jovem”, testemunhou Visoski. “Ela era uma mulher da minha categoria”.
No início desta semana, os advogados de Maxwell afirmaram que os promotores estão tornando Maxwell um alvo porque não podem julgar Epstein.
Os advogados de Maxwell terão a chance de interrogar Jane e outras testemunhas. O julgamento deve durar seis semanas.
A Reuters contribuiu para esta reportagem
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