Weissenhaus, Alemanha – Os principais diplomatas do Grupo dos Sete (G7) se reuniram na quinta-feira no norte da Alemanha para uma reunião de três dias centrada na guerra da Rússia contra a Ucrânia e o amplo impacto que está tendo em todo o mundo, particularmente nos preços de alimentos e energia.
A reunião anual que vai até sábado reúne os principais diplomatas da Grã-Bretanha, Canadá, Alemanha, Itália, França, Japão, Estados Unidos e União Europeia, no balneário de Weissenhaus, no Mar Báltico.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, anfitriã da reunião, disse que o conflito já se tornou uma “crise global” porque os embarques de alimentos básicos estão presos na Ucrânia, um grande exportador agrícola.
“Vinte e cinco milhões de toneladas de grãos estão atualmente bloqueadas nos portos ucranianos, particularmente em Odesa”, disse Baerbock. “Grãos, que servem de alimento para milhões de pessoas em todo o mundo e que é necessário com particular urgência nos países africanos e no Oriente Médio”.
“É por isso que estamos discutindo como o bloqueio de grãos exercido pela Rússia pode ser desbloqueado, como podemos levar os grãos para o mundo”, acrescentou.
Cerca de 3.500 policiais foram mobilizados no local do evento para garantir a segurança.
Os ministros das Relações Exteriores da Ucrânia e da vizinha Moldávia, que teme se tornar o próximo alvo da agressão da Rússia, foram convidados a participar da reunião como convidados. O ministro das Relações Exteriores da Indonésia, cujo país preside o Grupo das 20 principais economias este ano, deve participar remotamente de parte da reunião de sexta-feira, quando as relações com a China estão na agenda.
Falando na quinta-feira em Berlim, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, saudou as recentes decisões do governo alemão de intensificar o apoio militar ao seu país.
“Vemos uma dinâmica positiva”, disse Kuleba a repórteres após uma reunião com parlamentares alemães. “Temos que garantir que essa dinâmica positiva seja mantida”.
Kuleba disse que considera um “sinal de força” que o Partido Social Democrata de centro-esquerda do chanceler Olaf Scholz tenha desistido de sua oposição sobre o fornecimento de armas pesadas à Ucrânia.
Ele também expressou esperança de que a União Europeia aprove em breve o pedido da Ucrânia para iniciar o processo de adesão ao bloco. O presidente francês Emmanuel Macron sugeriu que pode levar décadas até que a Ucrânia esteja pronta para se tornar um membro pleno da UE.
Baerbock, que recentemente se tornou a primeira representante de alto escalão da Alemanha a viajar para a Ucrânia desde o início da guerra, ofereceu apoio à candidatura da Ucrânia à UE. Questionado sobre o pedido de caças da Ucrânia, Baerbock foi menos encorajadora, citando o risco da Otan ser arrastada para um conflito com a Rússia.
“Quando se trata de zonas de exclusão aérea e apoio à aviação, já tomamos uma posição clara”, disse ela a repórteres.
O secretário de Relações Exteriores da Grã-Bretanha pediu que a Ucrânia receba apoio militar mais sofisticado, dizendo que o presidente russo, Vladimir Putin, deve enfrentar “uma derrota na Ucrânia que lhe negue qualquer benefício e, em última análise, restrinja novas agressões”.
“Para ajudar a Ucrânia, precisamos ir mais longe e mais rápido”, disse a secretária de Relações Exteriores Liz Truss na reunião, segundo comentários divulgados por seu gabinete.
“A melhor segurança de longo prazo para a Ucrânia virá da capacidade de se defender”, disse Truss. “Isso significa fornecer à Ucrânia um caminho claro para o equipamento padrão da OTAN”.
A subsecretária de Estado Victoria Nuland está representando os Estados Unidos; O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está se recuperando da COVID-19, mas está programado para viajar a Berlim para uma reunião de fim de semana dos ministros das Relações Exteriores da OTAN.
A reunião da OTAN também ouvirá os ministros das Relações Exteriores da Suécia e da Finlândia, já que os dois países estão prestes a se juntar à aliança militar ocidental em meio a preocupações com a ameaça militar da Rússia.
A Reuters contribuiu para esta reportagem.
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