Os líderes do G7 expressaram nesta sexta-feira (14), preocupação com as práticas comerciais “injustas” da China e argumentaram que, embora não tenham a intenção de impedir o crescimento do país asiático, querem que Pequim cumpra as regras que regem o comércio internacional, de acordo com o comunicado final da cúpula na Itália.
Na declaração, os líderes reconheceram “a importância da China no comércio global” e afirmaram que estão “comprometidos com o avanço do comércio livre e justo, com condições equitativas e relações econômicas equilibradas” de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
“Não estamos tentando prejudicar a China ou impedir seu desenvolvimento econômico. Na verdade, uma China em crescimento que siga as regras e padrões internacionais seria de interesse global”, diz o comunicado.
No entanto, os sete países mais industrializados do mundo expressaram preocupação “com o foco industrial persistente da China e suas políticas e práticas que não conduzem à concorrência de mercado e que estão tendo efeitos globais, levando a distorções de mercado e excesso de capacidade prejudicial em um número crescente de setores”.
Eles pediram que a China “se abstenha de adotar medidas de controle de exportação”, especialmente em relação a minerais essenciais para o desenvolvimento de energia limpa, como painéis solares e baterias de veículos elétricos, nos quais a China tem quase o monopólio.
Além do comércio, os líderes do G7 pediram à China que pressione a Rússia a retirar “imediatamente” suas tropas da Ucrânia, de acordo com o texto.
“Expressamos nossa profunda preocupação com o apoio da China à Rússia. Pedimos à China que pressione a Rússia a interromper sua agressão militar e a retirar imediata, completa e incondicionalmente suas tropas da Ucrânia”, comenta o texto.
Os líderes também pediram à China que apoie uma “paz abrangente, justa e duradoura” para a Ucrânia.
No entanto, o comunicado, que foi elaborado após meses de negociações, não menciona as condições do líder russo, Vladimir Putin, para a paz na Ucrânia, entre elas a desistência por parte da Ucrânia de entrar na Otan.