Os ministros das Relações Exteriores do G7, grupo das sete democracias mais industrializadas do mundo, asseguraram nesta terça-feira (26) que não tolerarão “sob nenhuma circunstância” as “ameaças nucleares” lançadas pelo líder russo, Vladimir Putin, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a usar seus mísseis de longo alcance contra alvos na Rússia.
“Sob nenhuma circunstância toleraremos que a Rússia ameace utilizar armas nucleares, muito menos utilizá-las, como parte da sua campanha de agressão contra a Ucrânia”, afirma a declaração final da cúpula do grupo realizada na Itália.
Os chefes da diplomacia do G7 condenaram energicamente a “retórica nuclear irresponsável e ameaçadora” de Putin, bem como “sua linha de intimidação estratégica”, e expressaram sua “mais profunda preocupação com o uso por parte da Rússia de armas e agentes químicos durante o conflito na Ucrânia”.
“Dado que os resultados do relatório recentemente publicado pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) confirmaram sua presença em amostras coletadas nas linhas da frente na região ucraniana 57 de Dnipropetrovsk, reiteramos que o uso de tais armas é uma clara violação da Convenção sobre Armas Químicas”, explicaram.
Além disso, pediram à OPAQ “que esclareça totalmente o uso destas armas e outros incidentes relevantes ocorridos no contexto da guerra de agressão russa contra a Ucrânia”.
No contexto nuclear, também instaram o Irã a “cessar e reverter as atividades nucleares que não tenham uma justificativa civil crível e a cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sem mais demora”.
Os chanceleres do G7 também manifestaram sua “forte condenação aos ataques com mísseis do Irã contra Israel”, bem como as “continuadas ações desestabilizadoras de grupos armados afiliados ao Irã, incluindo o Hamas, o Hezbollah e os houthis, bem como milícias armadas no Iraque e na Síria”.
“Continuaremos a trabalhar juntos e com outros parceiros internacionais para enfrentar a escalada nuclear do Irã. Uma solução diplomática continua a ser a melhor forma de resolver esta questão”, acrescentou o comunicado.
Os chefes da diplomacia do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) reuniram-se durante dois dias nas cidades de Fiuggi e Anagni, no centro da Itália, sob a presidência rotativa italiana.