Por Agência EFE
Os líderes do G20 começaram a cúpula anual de dois dias neste sábado (21), em um encontro que está sendo realizado por teleconferência pela primeira vez na história, devido à pandemia da Covid-19, com o objetivo de acertarem medidas para recuperar a economia global e com a promessa de que isso será feito de maneira justa e sustentável.
“Temos o dever de enfrentar juntos o desafio durante esta cúpula e de dar uma forte mensagem de esperança e segurança, adotando medidas para mitigar esta crise”, declarou de Riad o rei Salman bin Abdulaziz da Arábia Saudita, o país que organizou o evento quando exerceu a presidência rotativa do grupo.
Durante os dois dias do evento, os países membros do Grupo dos 20, que incluem vários dos países mais ricos do mundo, discutirão medidas para promover uma recuperação, que tanto a presidência rotativa quanto vários dos participantes se comprometeram a ser “inclusiva” e “sustentável”.
Uma das questões que estará no centro da reunião, como foi na cúpula extraordinária dos líderes do G20 em março, é como tornar a vacina contra a Covid-19 acessível aos países menos desenvolvidos.
“Devemos trabalhar para criar as condições de vacinação acessível e equitativa para todos”, disse Salman, acrescentando que também é necessário começar a desenvolver estratégias para se estar preparado para futuras pandemias.
MAIS RECURSOS PARA VACINAS
O ministro de investimentos da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, disse em um evento anterior ao início da cúpula que a suspensão da dívida aos países menos desenvolvidos acordada pelo G20 chegou até agora a US$ 40 bilhões e beneficiou 73 países.
No entanto, tanto as Nações Unidas quanto a União Europeia ressaltaram antes da cúpula que a medida, atualmente válida até meados de 2021, não é suficiente e anunciaram que iriam pedir ao G20 mais recursos para financiar o acesso a vacinas para aquelas nações.
Os trabalhos da cúpula também foram marcados por apelos para uma maior cooperação internacional e um retorno ao multilateralismo depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quebrou o consenso no ano passado ao se recusar a aceitar o Acordo de Paris contra a crise climática.
BOLSONARO E OUTROS PEDEM COOPERAÇÃO
O presidente Jair Bolsonaro pediu cooperação dentro do G20, dizendo ser fundamental para superar a pandemia e retornar ao caminho da recuperação social e econômica.
Bolsonaro, no entanto, deixou os riscos econômicos e de saúde à parte e apelou para trabalhar em prol “do crescimento econômico, da liberdade para as pessoas e da prosperidade para o mundo”.
Por sua vez, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou em mensagem gravada que somente unindo forças e trabalhando juntos será possível derrotar o vírus SARS-CoV-2 e e sair mais fortes desta crise.
Embora a principal prioridade do G20 este ano continue sendo a luta contra a Covid-19, vários dos participantes lembraram a importância da luta contra a mudança climática, endossando o objetivo estabelecido pela presidência saudita de buscar uma recuperação sustentável.
“Precisamos criar as condições para uma economia mais sustentável”, disse o rei Salman em sua mensagem de abertura.
A crise sanitária e econômica ofuscou algumas das questões que a presidência saudita havia escolhido para a agenda do G20 deste ano.
Entre outros pontos, ele havia proposto concentrar sua presidência na inovação tecnológica, protegendo o planeta e criando oportunidades, particularmente para jovens e mulheres, apesar do fato de o país árabe ter mantido uma série de ativistas dos direitos da mulher na prisão, como várias ONGs haviam lembrado a ele.
O G20 compreende Brasil, Argentina, Austrália, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Coréia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. Além da Espanha, país convidado permanente, a Suíça, a Jordânia e Cingapura também fazem participação especial neste ano.
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