Por Stephen Gregory, Epoch Times
WASHINGTON—Na tarde de 21 de junho no estádio Capital One Arena, o Sr. Li Hongzhi falou para mais de 9.000 praticantes do Falun Gong que participaram de uma conferência de compartilhamento de experiências.
O Sr. Li é o fundador do Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa. Devido ao ambiente complicado pela incansável hostilidade do Partido Comunista Chinês em relação à prática espiritual, ele raramente faz aparições públicas.
Em chinês, o Sr. Li é muitas vezes referido como “shifu”, um termo de respeito por um grande professor. Após sua aparição no palco, o Sr. Li foi recebido por uma ovação de pé que durou vários minutos.
O Sr. Li falou por cerca de duas horas, discutindo os desafios que os praticantes do Falun Gong enfrentam em seus esforços de autoaperfeiçoamento e a necessidade de os praticantes na China priorizarem a segurança. Após o seu discurso, que foi proferido sem o uso de notas, ele respondeu a perguntas da plateia.
Do mundo todo
Os organizadores deste evento disseram que houve mais de 9 mil participantes, vindos de todo o mundo. Tradução simultânea foi oferecida em 10 idiomas. Senhoras coreanas em trajes tradicionais podiam ser vistas sentadas perto de homens e mulheres elegantemente vestidos da Itália. Tão diverso quanto o grupo era, eles estavam unidos por uma coisa: sua devoção ao Falun Gong.
O Falun Gong é uma antiga prática de cultivo. Na China, as práticas espirituais têm sido frequentemente transmitidas em forma de linhagem, de mestre para estudante, através das gerações. O Sr. Li trouxe essa prática para o público em maio de 1992 na cidade de Changchun, no nordeste da China.
No Falun Gong, cultiva-se o corpo, a mente e o espírito. A prática ensina que os princípios fundamentais do universo são “Zhen, Shan, Ren”. “Zhen” se traduz como verdade e veracidade; “Shan” como compaixão, benevolência e bondade; e “Ren” como tolerância, perseverança e determinação.
O “Zhuan Falun”, o texto principal da prática, elabora esses princípios, apresentando um conjunto de ensinamentos morais segundo os quais os praticantes procuram viver. Os praticantes também fazem uma série de cinco exercícios meditativos, quatro deles realizados em pé e um enquanto se está sentado.
Primeiros dias e perseguição
Depois de inicialmente ensinar a prática em Changchun, o Sr. Li viajou por toda a China até o final de 1994, dando 54 séries de palestras que duraram oito ou dez dias.
Os locais onde o Sr. Li ensinou reuniram milhares de pessoas, mas o número de praticantes do Falun Gong rapidamente se expandiu muito além daqueles que assistiram às suas palestras.
Aqueles que começaram a praticar relataram melhorias em seus níveis de saúde e estresse, melhores relações com membros da família e colegas e um forte senso de propósito na vida.
As notícias da prática se espalham de boca em boca, de um membro da família para outro, de amigo para amigo e de colega para colega.
Em pouco tempo, o Falun Gong estava presente em todos os cantos da China, com um apelo que atravessou todos os estratos sociais. Pessoas de todas as origens, desde os agricultores mais pobres até os principais intelectuais e membros das forças de segurança e unidades militares da elite do regime, estavam lendo o “Zhuan Falun” e praticando seu conjunto de cinco exercícios.
Ao mesmo tempo, o regime premiou a prática por suas contribuições à sociedade.
No início de 1999, a mídia ocidental relatou que, de acordo com o regime, entre 70 milhões e 100 milhões de chineses praticavam o Falun Gong. Praticantes dizem que o número era de fato superior a 100 milhões, ou 1 em 13 chineses.
O então líder supremo do Partido Comunista Chinês, Jiang Zemin, viu esses desenvolvimentos com medo. Em 25 de abril de 1999, ele enviou uma carta ao Politburo demandando uma campanha contra o Falun Gong. Ele temia que os ensinamentos morais tradicionais da prática se mostrassem mais atraentes para o povo chinês do que a doutrina ateísta e materialista do Partido.
Em 20 de julho, Jiang Zemin lançou uma campanha para erradicar a prática. Detenções em massa, trabalho forçado, lavagem cerebral e tortura se seguiram. O website Minghui.org, que serve como uma central de notícias sobre a perseguição, pôde confirmar as mortes por tortura de 4.226 praticantes do Falun Gong. Acredita-se que o número real seja muito maior, devido à dificuldade de obter informações da China.
Além disso, a prática da extração forçada de órgãos, na qual os praticantes do Falun Gong são a principal fonte de órgãos para que abastessem a grande indústria de transplante da China, já matou grandes números de seus adeptos.
David Kilgour, ex-promotor da coroa canadense e secretário de Estado da Ásia-Pacífico, escreveu em conjunto um relatório e dois livros sobre a extração forçada de órgãos; ele diz que o Falun Gong está sofrendo um “genocídio” na China.
Compartilhando experiências
Antes e depois do discurso do Sr. Li, os praticantes do Falun Gong fizeram discursos sobre as dificuldades e os triunfos que experimentaram em seu cultivo.
Benjamin Maloney, de Nova Jersey, contou como começou a praticar o Falun Gong na faculdade e como isso mudou sua vida. Graduando-se perto do topo da sua classe, ele rapidamente conseguiu um bom emprego em uma empresa da Fortune 500.
Os praticantes do Falun Gong falaram sobre a importância de olhar para dentro, se algo negativo acontece em suas vidas ou se encontram um conflito, primeiro eles devem olhar para o seu próprio comportamento para entender o que eles contribuíram para a situação.
Maloney falou sobre as lições que aprendeu sobre olhar para dentro, pois ao fazê-lo, ele foi capaz de separar uma certa arrogância que tinha e começar a apreciar os corações de seus colegas de trabalho, com o resultado de que os projetos em que ele estava trabalhando foram mais bem sucedidos.
Chen Yingting, de Taiwan, falou sobre lições aprendidas na coordenação de um projeto de tradução.
Os praticantes do Falun Gong tomam como máxima que devem pensar nos outros em primeiro lugar em tudo o que fazem.
Chen aprendeu que um bom coordenador precisa atender às necessidades dos membros da sua equipe, em vez de se colocar acima deles. Ela disse: “Um coordenador é como uma corda conectando [seus colegas], os quais são como pérolas.”
Depois que ela aprendeu esta lição, seu trabalho prosseguiu muito bem, disse ela.