As Nações Unidas (ONU) enviaram seu subsecretário-geral para assuntos políticos à Coreia do Norte para aliviar as tensões e evitar uma guerra na Península Coreana.
A ONU não foi explícita sobre sua missão em suas declarações oficiais, alegando que o subsecretário Jeffrey Feltman está indo lá para discutir “questões de interesse e preocupação mútua”.
Feltman supervisiona os esforços diplomáticos da ONU para prevenção de conflitos. Ele chegou à Coreia do Norte em 5 de dezembro e permanecerá até 8 de dezembro, reunindo-se com funcionários e oficiais da Coreia do Norte, da Equipe do País para as Nações Unidas e do corpo diplomático na Coreia do Norte.
A visita ocorre uma semana depois que a Coreia do Norte lançou um míssil intercontinental que o regime reivindica completar sua “força nuclear estatal”.
Isso também ocorre enquanto os Estados Unidos e a Coreia do Sul realizam seu maior exercício anual de força aérea, o Vigilant Ace. O exercício, planejado antes do contexto atual, durará de 4 a 8 de dezembro deste ano e envolverá 230 aeronaves dos Estados Unidos e da Coreia do Sul em exercícios destinados a “melhorar a compreensão e a confiança entre os dois países”, de acordo com a Força Aérea dos EUA.
Cerca de 12 mil oficiais dos EUA participarão.
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“No caso de precisarmos ajudar a defender nossos 51 milhões de aliados sul-coreanos, eu preciso ter certeza de que a 51ª Asa de Combate está sincronizada com a força conjunta combinada”, disse o coronel William D. Betts, comandante da 51ª Asa.
“O exercício Vigilante Ace é uma oportunidade para fazermos exatamente isso; concentrarmo-nos em ser mais inteligentes, rápidos e capazes do que antes, enquanto criamos força de combate aéreo e fortalecemos a aliança.”
O exercício enfureceu Pyongyang e um porta-voz das relações exteriores da Coreia do Norte criticou o exercício num artigo do jornal do Partido Trabalhista do regime.
O porta-voz, que permaneceu anônimo, disse que os exercícios “atiçam a atual situação já sensível na península coreana à beira de uma explosão”.
O artigo afirma que o exercício será sem precedentes em tamanho e natureza, o que é um exagero dado que o exercício do ano passado incluiu um número similar de pessoal e aeronaves.
Este ano, no entanto, existe um maior contingente de aviões F-22 e F-35 envolvidos. A Coreia do Norte atualmente tem capacidade limitada para rastrear esses aviões, o que poderia ser essencial para neutralizar a artilharia norte-coreana direcionada à Coreia do Sul se as tensões resultarem numa guerra.
“A equipe do [presidente estadunidense Donald] Trump está implorando por uma guerra nuclear ao fazer uma aposta nuclear extremamente perigosa na Península Coreana”, afirmou o porta-voz norte-coreano.
A ONU emitiu apenas algumas frases sobre o que Feltman fará e quais são seus objetivos enquanto estiver na Coreia do Norte. De acordo com uma breve declaração da ONU, Feltman também visitará a China enquanto estiver na região e se encontrará com o vice-ministro das relações exteriores Li Baodong.
Faz quase 8 anos que o último subsecretário-geral para assuntos políticos, B. Lynn Pascoe, visitou o país, de acordo com a ONU.
A ONU tem seis agências ativas na Coreia do Norte, incluindo o UNICEF e a Organização Mundial de Saúde (OMS), com cerca de 50 funcionários internacionais. Feltman verificará suas atividades por lá.
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul saudou a notícia da viagem de Feltman, informou a agência de notícias Yonhap.
O Ministério da Unificação da Coreia do Sul também celebrou. “Esperamos que a visita possa abrir caminho para que a Coreia do Norte chegue ao diálogo”, disse um funcionário do Ministério da Unificação, pedindo para não ser nomeado, a Yonhap.
Feltman é um ex-diplomata dos EUA fluente em cinco idiomas. Depois de uma carreira ascendente nas fileiras do Departamento de Estado até o posto de ministro, ele se mudou para as Nações Unidas.