Reconstruir a confiança em um mundo abalado por conflitos como os da Faixa de Gaza e da Ucrânia será o tema principal da nova edição do Fórum de Davos, que começa na próxima semana na Suíça e contará com a presença de um número recorde de 60 chefes de Estado e de Governo, entre várias centenas de líderes mundiais.
O primeiro-ministro da China, Li Qiang; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; os presidentes de Argentina e Colômbia, Javier Milei e Gustavo Petro, e o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, serão algumas das personalidades da 54ª edição do fórum, cujo programa foi apresentado nesta terça-feira pelos organizadores.
O primeiro grande encontro anual de líderes políticos, econômicos e empresariais no luxuoso e isolado resort de inverno de Davos, na Suíça, reunirá este ano 2.800 participantes de 120 países para buscar possibilidades de cooperação em um mundo cada vez mais polarizado, marcado por conflitos armados que desafiaram o direito humanitário internacional e ameaçaram regiões inteiras.
“Agora é o momento de nos reunirmos para buscar soluções comuns como as que alcançamos recentemente em saúde, mudanças climáticas ou, até certo ponto, em economia e comércio”, disse Borge Brende, presidente do Fórum Econômico Mundial, instituição organizadora da reunião de Davos.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, vai participar da conferência e fará apresentações sobre importância e preservação da Amazônia e utilização e regulação da inteligência artificial.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin não estarão presentes.
A delegação dos Estados Unidos será liderada pelo secretário de Estado, Antony Blinken, e pelo Conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também participará, como no ano passado, embora não tenha sido especificado se será mais uma vez virtualmente ou se há a possibilidade de ele viajar para Davos.
O presidente da França, Emmanuel Macron, também irá à cúpula, e representando o Oriente Médio estarão, entre outros, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani; e o presidente de Israel, Isaac Herzog.
Os organizadores enfatizaram que durante o fórum, que acontece de 15 a 19 de janeiro, serão discutidas questões atuais, como os desafios na luta contra a mudança climática ou aqueles gerados pelo desenvolvimento acelerado de novas tecnologias, como a inteligência artificial.
O presidente do Fórum ressaltou que a cooperação em paz e segurança será um dos principais tópicos de discussão nos debates, depois que um estudo publicado pela instituição esta semana destacou que a questão da cooperação caiu desde 2016 e praticamente despencou desde o início da pandemia em 2020.
“Em um cenário onde se passou de 40 milhões para 110 milhões de pessoas deslocadas e os ataques cibernéticos quadruplicaram, precisamos reunir as pessoas certas em Davos para encontrar oportunidades de cooperação em um mundo cada vez mais desafiador”, resumiu.