O forte terremoto de 7,7 graus de magnitude registrado na madrugada desta segunda-feira na Turquia deixou 1.799 mortos, sendo 1.014 no país e 785 na Síria, de acordo com dados divulgados por diferentes fontes nas duas nações.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan anunciou que, pelo menos, 45 diferentes governos ofereceram ajuda depois do devastador tremor e das fortes réplicas que continuam acontecendo.
“É o segundo mais forte, desde o terremoto de Erzincan, de 1939. Segundo as últimas avaliações, é de 7,7 (graus na escala Richter). Há graves danos também nas áreas vizinhas da Síria”, afirmou o chefe de Estado.
Erdogan afirmou que foram registrados desabamentos ou danos graves em imóveis residenciais, e que havia sido possível resgatar com vida 2.470 pessoas dos escombros.
“Devido a continuarem os trabalhos nos escombros em muitos edifícios da região do terremoto, não sabemos a quanto subirá o número de mortos e feridos”, disse o chefe de Estado.
As baixas temperaturas e a neva na região, onde também há territórios montanhosos de difícil acesso, dificultam as tarefas de resgate.
Na Síria, em guerra civil faz mais de uma década, a área devastada se divide entre o território controlado pelo regime de Damasco e o último enclave nas mãos da oposição, que está cercado por forças governo, apoiadas pela Rússia.
O terremoto deixou, pelo menos, 785 mortos e 1.508 feridos no território sírio, o que inclui as 403 vítimas fatais e os 1.284 feridos registrados nas áreas que estão controladas pelo regime nas províncias de Tartus, Latakia, Hama e Alepo, de acordo com a agência estatal de notícias “SANA”.
Por outro lado, na província de Idlib, o último bastião de oposição da Síria, e em outras partes da vizinha Alepo, que também não está sob o controle de Damasco, foram contabilizadas 382 mortes e mais de 1.000 pessoas feridas, de acordo com o grupo de resgate Capacetes Brancos.
Estas regiões opositoras são fronteiriças com a Turquia e estão mais perto do epicentro, por isso, a diferença nos números poderia acontecer devido a menor capacidade de coordenar os trabalhos, pelas diferentes autoridades governamentais a cargo das buscas.
A expectativa é que os números de mortos e feridos ainda se elevem, já que ainda existem muitas pessoas soterradas em escombros.
Múltiplos tremores
O tremor foi registrado às 22h17 de ontem (pelo horário de Brasília), sendo sentido nos dois lados da fronteira turco-síria.
Além disso, o terremoto também foi sentido com força no Líbano, incluindo, em Beirute.
Prédios foram derrubados em uma ampla área de centenas de quilômetros, desde o norte da Síria, em cidades como Alepo, até o sudeste da Turquia, onde foi afetada a maior cidade da região, Diyarbakir.
O epicentro foi na cidade de Pazarcik, na província de Kahramanmaras, de acordo com o serviço turco de emergências Afad, embora o observatório sísmico de Kandilli, aponta para a cidade de Sofalici, na província de Gaziantep, 40 quilômetros mais ao sul.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos aponta que a magnitude do terremoto foi de 7,8 graus na escala Richter, enquanto o Afad aponta para 7,7 graus.
Um dos símbolos da enorme destruição do tremor é o histórico castelo romano de Gaziantep, que havia sido erguido a 1,7 mil ano e foi arrasado pelo fenômeno.
Também houve danos na cidade histórica de Alepo, que foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
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