Forças russas invadem periferia de cidade da linha de frente em Donetsk

Enquanto isso, fontes de notícias pró-Rússia relatam combates pesados ​​dentro da cidade estratégica de Toretsk.

Por Adam Morrow
08/10/2024 21:49 Atualizado: 08/10/2024 21:49
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times. 

Forças russas entraram nos arredores da cidade de Toretsk, na linha de frente da região leste de Donetsk, disse uma porta-voz militar ucraniana.

“Os russos entraram nos arredores orientais da cidade”, afirmou Anastasiia Bobovnikova, porta-voz das forças armadas da Ucrânia, em declarações transmitidas pela TV na noite de 7 de outubro.

“A situação é instável.”

Bobovnikova disse que os combates estão ocorrendo “literalmente em cada entrada” da cidade sitiada.

Com uma população pré-guerra de cerca de 30 mil pessoas, Toretsk é uma fortaleza ucraniana fortemente defendida, com grande importância estratégica.

A queda de Toretsk pode abrir caminho para uma investida russa ao norte em direção à cidade vizinha de Chasiv Yar, outro reduto ucraniano em Donetsk.

Isso também permitiria que as forças russas ameaçassem as principais linhas de suprimento ucranianas para a frente de batalha, incluindo a vital estrada Pokrovsk-Kostyantynivka.

O Ministério da Defesa da Rússia tem, em grande parte, evitado comentar sobre os recentes desenvolvimentos em torno de Toretsk.

Dias atrás, a cidade de Vuhledar, a cerca de 120 quilômetros a sudoeste de Toretsk, caiu diante das forças russas que avançavam rapidamente.

Em 3 de outubro, o exército ucraniano confirmou a retirada de suas forças de Vuhledar — após meses de intensos combates — para “preservar o pessoal e os equipamentos militares”.

Mesmo assim, Denis Pushilin, chefe da República Popular de Donetsk, reconhecida por Moscou, afirmou que a situação em Vuhledar (Ugledar em russo) “continua tensa”.

“O inimigo continua realizando ataques de artilharia contra Vuhledar”, disse Pushilin em 8 de outubro, segundo a agência estatal russa TASS.

“Eles ainda estão tentando reagir, por isso a tensão permanece.”

Women with children walk to board an evacuation train in Pokrovsk, in the eastern Donetsk region, on Aug. 2, 2024. (Roman Pilipey/AFP via Getty Images)
Mulheres com crianças caminham para embarcar em um trem de evacuação em Pokrovsk, na região oriental de Donetsk, em 2 de agosto de 2024. (Roman Pilipey/AFP via Getty Images)

Muito, muito difícil

Nos últimos dois meses, as forças russas avançaram para o oeste — com velocidade crescente — ao longo dos 160 quilômetros da linha de frente de Donetsk, capturando uma série de posições estratégicas das tropas ucranianas em retirada.

Em meados de agosto, tomaram a cidade de Zalizne (Artyomovo em russo), que fica a apenas alguns quilômetros a sudeste de Toretsk.

Dias depois, após semanas de intensos combates, capturaram a cidade de Niu-York (Novgorodskoye em russo), cerca de 8 quilômetros ao sul de Toretsk.

Desde que Moscou invadiu a Ucrânia no início de 2022, o controle total da região de Donbas, que compreende Donetsk e Luhansk, tem sido um objetivo-chave da Rússia.

De acordo com estimativas citadas pela Reuters, as forças russas atualmente controlam cerca de 60% de Donetsk e 98,5% de Luhansk.

Agora, as forças russas parecem prestes a capturar a cidade de Pokrovsk, um importante centro de transporte ucraniano localizado a cerca de 48 quilômetros a sudoeste de Toretsk.

Aproximadamente 80% da infraestrutura energética crítica de Pokrovsk foi desativada ou destruída por repetidos ataques russos, segundo autoridades ucranianas.

“O inimigo está nos deixando sem energia, sem água, sem gás”, disse Serhiy Dobriak, chefe da administração militar de Pokrovsk nomeada por Kyiv, em declarações recentes transmitidas pela TV.

Dobriak acrescentou que as forças russas agora estão a apenas seis quilômetros a leste da cidade.

Na semana passada, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy descreveu a situação no campo de batalha em Donbas como “muito, muito difícil”.

“Todo o trabalho que pode ser feito neste outono, tudo o que podemos alcançar deve ser alcançado”, disse ele em 30 de setembro após se reunir com os principais comandantes militares.

A Reuters contribuiu para esta reportagem.