Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
As forças russas capturaram o vilarejo de Novohrodivka, próximo à cidade estratégica de Pokrovsk, afirmou o Ministério da Defesa de Moscou na noite de 8 de setembro.
“O assentamento de Novohrodivka [Novogrodovka em russo] na República Popular de Donetsk foi liberado pelo Battlegroup Center [militar russo]”, disse o ministério da defesa em um comunicado.
Nas 24 horas anteriores, acrescentou, as forças russas “continuaram avançando profundamente nas defesas do inimigo” na região leste de Donetsk.
A Rússia invadiu e efetivamente anexou Donetsk, juntamente com outras três regiões da Ucrânia, em 2022.
Com o apoio de seus aliados ocidentais, Kiev prometeu continuar lutando — apesar da superioridade numérica da Rússia — até que todo o território perdido seja recuperado.
Até o momento da publicação, Kiev ainda não havia confirmado a perda de Novohrodivka.
No entanto, em 8 de setembro, o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia afirmou que suas forças haviam repelido várias ondas de ataques russos perto da aldeia.
“Nossas tropas estão tomando medidas para manter as posições designadas”, disse em um comunicado.
Novohrodivka fica a cerca de 8 quilômetros a sudeste da cidade de Pokrovsk, um importante centro de trânsito e logística ucraniano.
A queda de Pokrovsk para as forças russas afetaria negativamente as capacidades defensivas de Kiev e interromperia gravemente suas linhas de suprimento para a frente oriental.
Isso também deixaria Moscou mais perto de exercer o controle sobre toda a região de Donbas — um dos principais objetivos russos desde o início do conflito.
Atualmente, as forças de Moscou controlam cerca de 80% da região de língua russa de Donbas, que é composta por Donetsk e Luhansk.
O avanço constante da Rússia em direção a Pokrovsk coincide com uma ofensiva ucraniana transfronteiriça em andamento na região de Kursk, no oeste da Rússia.
Na semana passada, o líder russo, Vladimir Putin, disse que a ofensiva de Kiev — agora em seu segundo mês — não conseguiu desacelerar o avanço da Rússia na frente oriental.
“O objetivo do inimigo era nos fazer (…) transferir tropas de um setor para outro e interromper nossa ofensiva em áreas importantes, principalmente em Donbas”, disse Putin.
“Isso funcionou? Não”, acrescentou.
De acordo com Putin, a ofensiva em andamento de Kursk por parte de Kiev serviu para enfraquecer as defesas ucranianas em Donetsk, abrindo caminho para novos ganhos territoriais russos.
O líder russo fez essas observações em um fórum econômico realizado na cidade de Vladivostok, no extremo leste da Rússia, em 5 de setembro.
No mesmo dia, Oleksandr Syrskyi, o principal comandante militar da Ucrânia, disse que a estratégia por trás da ofensiva transfronteiriça de Kiev estava “funcionando”.
“Tiramos a capacidade deles de manobrar e mobilizar suas forças de reforço de outras direções”, disse ele em comentários à mídia dos EUA.
“E esse enfraquecimento foi definitivamente sentido em outras áreas”, acrescentou Syrskyi.
O Epoch Times não pôde verificar de forma independente as alegações sobre o campo de batalha feitas por nenhum dos lados.
Supostas violações do espaço aéreo
Em um desenvolvimento relacionado, os membros da OTAN Romênia e Letônia alegaram em 8 de setembro que drones russos haviam violado seu espaço aéreo.
A Romênia compartilha uma fronteira de aproximadamente 400 milhas com a Ucrânia. A Letônia compartilha uma fronteira de 133 milhas com a Rússia e uma fronteira de 173 milhas com Belarus, um importante aliado russo.
Em um comunicado, o Ministério da Defesa da Romênia disse que seus sistemas de radar “identificaram e rastrearam o caminho de um drone que entrou no espaço aéreo nacional e depois saiu em direção à Ucrânia”.
Em resposta à suposta violação do espaço aéreo, as autoridades romenas acionaram jatos de combate e pediram aos moradores de dois distritos do sudeste que procurassem abrigo.
A Letônia, por sua vez, alegou que um drone havia entrado em seu espaço aéreo — vindo da Bielorrússia — antes de cair perto da cidade de Rezekne, no leste do país.
O ministro da Defesa, Andris Spruds, disse à agência de notícias LETA, da Letônia, que a suposta violação do espaço aéreo era “a confirmação de que precisamos continuar o trabalho que iniciamos para fortalecer a fronteira leste da Letônia”.
Escrevendo na plataforma de mídia social X, o presidente da Letônia, Edgars Rinkevics, pediu uma resposta coletiva da OTAN à suposta violação.
“O número de incidentes desse tipo está aumentando ao longo do flanco oriental da OTAN”, escreveu ele. “Precisamos lidar com eles coletivamente”.
Mircea Geoana, vice-chefe da OTAN, condenou as supostas violações do espaço aéreo como “irresponsáveis e potencialmente perigosas”.
Ele acrescentou, no entanto, que não havia nenhuma indicação de um ataque deliberado a um aliado da OTAN.
Escrevendo no X, Andrii Sybiha, o recém-nomeado ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, chamou as supostas violações do espaço aéreo de “um lembrete claro de que as ações agressivas da Rússia vão além da Ucrânia”.
Moscou ainda não comentou sobre as alegações da Romênia e da Letônia.
De acordo com a agência de notícias russa TASS, o encarregado de negócios de Moscou em Riga, capital da Letônia, foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores da Letônia para responder às alegações.
A Reuters contribuiu para esta reportagem.