Forças russas capturam cidade-chave da linha de frente em Donetsk, diz Ministério da Defesa da Rússia

Autoridades em Kiev afirmam que os combates ainda estão ocorrendo na cidade de Kurakhove, um ponto crítico.

Por Adam Morrow
07/01/2025 16:10 Atualizado: 07/01/2025 16:10
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que suas forças capturaram definitivamente a cidade fronteiriça de Kurakhove, na região de Donetsk, no leste do país.

“Unidades do Grupo de Batalha do Sul libertaram completamente a cidade de Kurakhove, o maior assentamento no sudoeste de Donbas”, disse o ministério em uma declaração de 6 de janeiro postada na plataforma de mensagens Telegram.

Em 2022, a Rússia invadiu e efetivamente anexou quatro regiões do leste e sudeste da Ucrânia. Entre elas estão Donetsk e Luhansk, que juntas formam a região de língua russa de Donbas.

De acordo com a declaração do ministério, Andrei Belousov, chefe de defesa da Rússia, “parabenizou o pessoal militar (…) que demonstrou coragem e heroísmo durante a libertação de Kurakhove”.

Kiev ainda não confirmou a captura da cidade pelas forças russas.

Falando à Reuters em 6 de janeiro, Viktor Trehubov, porta-voz militar ucraniano, insistiu que as forças ucranianas ainda estavam lutando contra as tropas russas na cidade.

Em um relatório noturno, o Estado-Maior das forças armadas da Ucrânia disse que as forças russas realizaram 25 ataques separados contra posições ucranianas perto de Kurakhove nas últimas 24 horas.

O Estado-Maior, no entanto, não disse que a cidade em apuros havia caído.

Com uma população de mais de 20.000 habitantes antes da guerra, Kurakhove abriga uma zona industrial considerável, uma usina de energia térmica e um reservatório de água doce.

Além disso, fica em uma importante rodovia que liga o leste da Ucrânia às províncias do sul do país.

De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, a perda de Kurakhove prejudicará “significativamente” a capacidade de Kiev de fornecer apoio logístico às suas forças em Donetsk.

Na última década, segundo o ministério, Kiev reforçou a cidade com uma rede complexa de “pontos de disparo de longo alcance e comunicações subterrâneas”.

Para defendê-la, os militares ucranianos enviaram mais de 15.000 soldados para Kurakhove, incluindo “formações de nacionalistas e mercenários estrangeiros”, afirmou o ministério.

Ele continuou afirmando que mais de 12.000 dessas tropas haviam sido mortas durante dois meses de luta feroz pelo controle da cidade.

O Epoch Times não conseguiu verificar de forma independente as alegações do Ministério da Defesa russo.

A Ukrainian tank passes by a burning car near the Russian–Ukrainian border, Sumy region, Ukraine, on Aug. 14, 2024. (AP Photo/Evgeniy Maloletka)
Um tanque ucraniano passa por um carro em chamas perto da fronteira russo-ucraniana, na região de Sumy, Ucrânia, em 14 de agosto de 2024. AP Photo/Evgeniy Maloletka

Fechando o cerco a Pokrovsk

Kurakhove está localizada a cerca de 32 quilômetros ao sul de Pokrovsk, um importante centro logístico ucraniano em direção ao qual as forças russas vêm avançando constantemente há meses.

Na noite de 6 de janeiro, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que suas forças também haviam tomado o vilarejo de Dachenske, que fica a menos de oito quilômetros de Pokrovsk.

A captura de Pokrovsk deixaria Moscou um passo mais perto de consolidar seu controle sobre toda a região de Donbas.

O presidente russo, Vladimir Putin, enfatizou várias vezes que o controle total sobre a região de Donbas estava entre os “objetivos principais” de Moscou.

Em antecipação a um ataque russo iminente, a maior parte da população civil de Pokrovsk, que era de cerca de 60.000 pessoas antes da guerra, já deixou a cidade.

Trehubov, o porta-voz militar ucraniano, recentemente descreveu a área ao redor de Pokrovsk como “uma das partes mais quentes da frente”.

No entanto, disse ele, as forças russas “atualmente não são capazes de obter sucesso a ponto de ameaçar a própria Pokrovsk”.

Em observações citadas pelo jornal Kyiv Independent em 7 de janeiro, Trehubov afirmou que as forças russas estavam agora tentando “se infiltrar” nos assentamentos próximos a Pokrovsk.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que retornará à Casa Branca em 20 de janeiro, prometeu iniciar rapidamente as negociações de cessar-fogo entre os lados em conflito.

Não está claro como ele e sua nova administração planejam fazer isso.

A Rússia exige a retirada total das forças ucranianas de todos os territórios reivindicados por Moscou, incluindo Donetsk e Luhansk, como condição prévia para o fim do conflito.

Enquanto isso, Kiev prometeu continuar lutando, apesar da diminuição constante dos recursos militares, para recuperar todo o território perdido.

A Reuters contribuiu para esta reportagem.