FMI rejeita pedido de Maduro de US$ 5 bilhões para lidar com coronavírus

Empréstimo serviria "para fortalecer as capacidades de resposta" do sistema de saúde local "na contenção do COVID-19"

17/03/2020 23:55 Atualizado: 18/03/2020 05:43

Por Agência EFE

O Fundo Monetário Internacional (FMI) rejeitou na segunda-feira o pedido de assistência financeira de US$ 5 bilhões do regime venezuelano para combater a pandemia de coronavírus.

“Infelizmente, o Fundo não está em posição de considerar esse pedido”, disse um porta-voz do FMI à EFE.

“O compromisso do FMI com os países membros é baseado no reconhecimento oficial do governo pela comunidade internacional, conforme refletido nos membros do FMI. Não há clareza sobre o reconhecimento nesse momento”.

Embora o regime de Maduro mantenha controle territorial e institucional, cinquenta países, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, consideram o líder da oposição Juan Guaidó como o legítimo presidente do país sul-americano.

Neste fim de semana, Maduro pediu US $ 5 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para lidar com a pandemia de coronavírus que chegou à Venezuela, onde até agora houve 33 casos e nenhuma morte.

“Fomos ao seu órgão honorário para solicitar sua avaliação, sobre a possibilidade de conceder à Venezuela uma linha de financiamento de US$ 5 bilhões do Fundo de Emergência do Instrumento de Financiamento Rápido (IFR)”, disse Maduro em carta divulgada na terça-feira.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, que postou a carta no Twitter, comentou na mesma rede social que esse empréstimo serviria “para fortalecer as capacidades de resposta” do sistema de saúde local “na contenção do COVID-19”.

O texto é dirigido à diretora-gerente do FMI, a búlgara Kristalina Georgieva, e se refere à “dura e inesperada batalha que o mundo está enfrentando hoje contra o surto do novo coronavírus”.

Esse dinheiro, continua a carta, contribuirá “significativamente para fortalecer” os sistemas de detecção e resposta dessa doença.

O executivo de Maduro colocou o país em quarentena para impedir a propagação do coronavírus e suspendeu todas as atividades profissionais e escolares, exceto em áreas prioritárias, como saúde e alimentação.