Uma equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI) se reuniu virtualmente nesta sexta-feira com o candidato mais votado nas eleições primárias argentinas, Javier Milei, para trocar pontos de vista sobre as atuais perspectivas econômicas do país.
Em comunicado, o FMI explicou que a reunião contou com a presença do diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Rodrigo Valdés, assim como de outros membros da instituição e de equipe do candidato, um fenômeno político da direita antissistema na Argentina.
“A discussão foi uma oportunidade para trocar pontos de vista sobre as atuais perspectivas econômicas da Argentina e para compreender as suas prioridades políticas”, detalhou o FMI.
De acordo com a entidade, a reunião faz parte dos contatos regulares e de rotina do FMI com “um vasto leque de referências políticas e econômicas”, incluindo as que têm programas com a instituição, para “compreender os seus pontos de vista e opiniões sobre os objetivos gerais e as principais políticas dos programas”.
O FMI confirmou à Agência EFE que, no início da semana, a equipe do fundo também se reuniu com os assessores econômicos da ex-ministra da Segurança argentina e também candidata à presidência Patricia Bullrich, da principal coalizão da oposição argentina, Juntos pela Mudança, o segundo grupo mais votado no domingo, atrás do A Liberdade Avança, de Milei.
O objetivo do encontro foi “trocar pontos de vista sobre as atuais perspectivas econômicas da Argentina e compreender as suas prioridades em matéria de política econômica”.
Além disso, o FMI confirmou na terça-feira que já havia contatado Milei após os resultados das eleições do domingo passado, no âmbito destas reuniões “regulares” com os “referências políticas e econômicas”.
Na segunda-feira passada, o FMI emitiu um comunicado sublinhando que aprecia as medidas tomadas até agora pela Argentina e recordou que a última revisão do acordo do país deverá ser aprovada pela diretoria em 23 de agosto.
Apreciamos as recentes ações políticas das autoridades e o seu empenho em salvaguardar a estabilidade, reconstituir as reservas e fortalecer a ordem fiscal”, afirmou a porta-voz do FMI, Julie Kozack, em breve comunicado.
A declaração foi feita pouco após o Banco da Argentina ter decidido, na segunda-feira, desvalorizar o peso em 22% na taxa de câmbio oficial a atacado .
Argentina e FMI assinaram um acordo em 2022 para refinanciar a dívida contraída em 2018, durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019), um acordo que está sujeito à implementação contínua das ações políticas acordadas e às suas revisões a cada vários meses.
Em 23 de agosto, a diretoria executiva do FMI deverá se reunir para “aprovar os resgates acordados” de US$ 7,5 bilhões, selando assim o último requisito para a aprovação desta revisão.
Com 30,28% dos votos, Javier Milei, líder do A Liberdade Avança, venceu as eleições primárias do domingo passado. O atual ministro das Finanças da Argentina, Sergio Massa, responsável pelas negociações com o FMI, foi o segundo candidato individualmente mais votado, com 21,22%.
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