O filme americano “Barbie”, da diretora Greta Gerwig, foi retirado de cartaz nesta segunda-feira (14) dos cinemas da Argélia, apesar de ter sido lançado em 21 de julho. De acordo com o jornal digital “24H Algérie”, o Ministério da Cultura enviou ontem uma circular à distribuidora MD Ciné, pela sua retirada imediata por “ataque à moral (religiosa)”, embora não tenha se pronunciado publicamente.
Entre os afetados por esta decisão está a multisala Garden City TMV, que hoje (14) inaugura suas instalações na capital, e que retirou o filme de sua programação esta semana para substituí-la por outros títulos estrangeiros, como o bem-sucedido “Oppenheimer”. Este, contém cenas de sexo e nudez, para as quais os internautas questionaram os motivos do veto.
A Argélia segue assim os passos de outros países da região como o Kuwait e também o Líbano, que defendem que o filme “promove a homossexualidade” e encoraja a ideia de “recusar a guarda do pai, menosprezar o papel da mãe e ridicularizar questionando a necessidade do casamento e de constituir uma família”.
Em apenas três semanas, cerca de 400 mil espectadores puderam assistir à sua exibição, protagonizando inusitadas filas de espera no país norte-africano, onde a maioria das salas de cinema desapareceu e hoje restam apenas 20, contra as 450 que existiam antes de sua independência em 1962.
Nos últimos anos, profissionais denunciaram a precariedade do setor nacional, principalmente com a retirada dos subsídios públicos no final de 2021 após a extinção do Fundo de Desenvolvimento da Arte, Tecnologia e Indústria Cinematográfica (Ftadic), que bloqueou inúmeros projetos.
A Autoridade Reguladora do Audiovisual (Arav) anunciou na última sexta a suspensão temporária do novo canal privado de televisão “Essalam TV”, após a exibição de um filme estrangeiro com cenas “contrárias aos preceitos do Islã e aos costumes da sociedade”.
Pouco depois, o canal pediu desculpas pelo “erro inadvertido” e explicou que havia sancionado o responsável. Em novembro, a “El Adjawaa TV” – que transmite do Reino Unido – foi fechada para sempre por transmitir imagens “imorais”.
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